| 15/07/2007 17h15min
Passa ano, entra ano e o Brasil segue imbatível no vôlei masculino. Cinco anos depois de perder a decisão da Liga Mundial para a Rússia diante de sua torcida, em Belo Horizonte, a seleção brasileira finalmente teve a chance de devolver a derrota. Neste domingo, o time comandado pelo técnico Bernardinho bateu os russos por 3 sets a 1, parciais de 18/25, 25/23, 28/26 e 25/22, e ficou com o título.
Trata-se do sétimo título do Brasil na competição, que agora está a apenas uma taça da Itália, que dominou a competição durante os anos 1990, mas não consegue subir ao ponto mais alto do pódio desde 2000. No ano seguinte, começou a Era Bernardinho e a hegemonia verde-amarela na modalidade.
Desde então, os brasileiros chegaram a todas as finais da competição e só perderam o ouro em 2002, justamente quando disputaram as finais em casa. Brasil e Rússia haviam se enfrentado na última sexta, em partida que os bicampeões mundiais precisavam da vitória a todo custo para seguir vivo na disputa pela taça. O placar também foi 3 a 1.
O título desde ano foi bastante parecido com o do ano passado, quando a final foi diante da França. Em ambas as oportunidades, os brasileiros perderam da Bulgária na primeira partida da fase final, mas conseguiram a recuperação e chegaram à decisão. De novo, os brasileiros começaram sendo dominados pelo adversário, mas foram buscar o resultado na raça e conseguiram a virada.
Agora, a seleção nacional se apressa para voltar ao Rio de Janeiro, onde irá lutar pela medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos. Curiosamente, a competição continental é o único torneio que o Brasil não conseguiu chegar à decisão sob o comando de Bernardinho. Em 2003, a equipe também foi para a disputa depois de levar o ouro na Liga Mundial, mas acabou surpreendida pela Venezuela na semifinal e teve que se contentar com o bronze.
Mesmo depois de ver a sua seleção perder a medalha de bronze para os Estados Unidos, a maior parte da torcida polonesa continuou no ginásio Spodek para acompanhar a decisão da competição. E quem começou melhor foi a Rússia, que tinha muita facilidade diante de um Brasil apático em quadra.
De cara, os russos mostraram a que vieram e abriram 3 a 1, obrigando o técnico Bernardinho a fazer o primeiro pedido de tempo da decisão. Mais calmo na volta, os brasileiros viraram o placar para 7 a 6 em um contra-ataque de Rodrigão.
A reação, porém, parou por aí. Errando muito, a seleção brasileira permitiu que os europeus escapassem no placar. A vantagem da Rússia só foi aumentando durante a etapa e foi justamente em um ataque para fora verde-amarelo que os estrangeiros fizeram 25 a 18, fechando o primeiro set.
Na segunda parcial, mais uma vez os bicampeões mundiais começaram mal, com a recepção desestruturada pelo forte saque dos rivais. Com isso, os russos chegaram a ter 22 a 19 no placar. Tudo parecia caminhar tranquilamente para uma nova vitória da Rússia. Mas eles não contavam com uma boa seqüência de saques de Ricardinho, que colocou o time nacional de volta à etapa. Embalado, o time fechou em 25 a 23.
Para o terceiro set, a seleção nacional voltou melhor, com Bernardinho colocando Murilo no lugar de Dante e abriu 5 a 2. Porém, permitiu a virada em 11 a 10, mas logo se recuperou, fazendo 15 a 12. Na reta final, nova bobeada e ficou 21 a 20 para a Rússia no placar. Mais uma vez, no entanto, o time brasileiro cresceu no momento decisivo e fechou a etapa em um bloqueio.
Sem se entregar, a seleção russa começou a quarta etapa com tudo e logo abriu três pontos de vantagem: 5 a 2. Novamente, o técnico Bernardinho optou por parar a partida e frear a empolgação dos rivais. E, de novo, a tática deu certo: o empate veio com o atacante europeu atacando uma bola pelo meio na rede.
A partir daí, as duas equipes seguiram encostadas no placar até Giba virou um belo contra-ataque e marcou 18 a 16. A Rússia, porém, foi buscar e virou, mas logo foi superada de novo no 21 a 20. Foi aí que o russo Semen Poltavsky não foi eficiente e jogou um ataque para fora: 23 a 21. Neste momento, o Brasil estava sem levantador em quadra, opção de Bernardinho para aumentar a altura do bloqueio.
E foi justamente um bloqueio de Anderson deu o primeiro match point para a equipe nacional, desperdiçado com um saque errado de André Nascimento. No lance seguinte, entretanto, novo erro de ataque dos europeus e vitória para o Brasil: 25 a 22.