| 06/07/2007 13h42min
Duas décadas depois de faturar seu último ouro pan-americano, o Remo brasileiro tem uma meta para a disputa dos Jogos do Rio de Janeiro: quebrar o jejum de 20 anos sem colocar um atleta nacional no principal lugar de um pódio. E, se possível, em mais de uma categoria.
A última vez em que o remo do Brasil conseguiu a primeira posição em uma edição de Pan foi em Indianápolis-1987, no oito com, pondo fim aos 15 anos de ouro do remo brasileiro. Até então, o país havia conseguido subir ao degrau mais alto do pódio em todos os Jogos desde Cali-1971.
Para conseguir repetir o feito vitorioso, o Brasil contará neste Pan com uma delegação quase duas vezes maior em relação à que representou o país em Santo Domingo-2003. Quatro anos atrás, os 16 remadores que foram à República Dominicana voltaram com seis medalhas na bagagem, sendo três de prata e três de bronze.
Naquela ocasião, os seis barcos masculinos foram premiados, enquanto os dois femininos ficaram de fora do pódio. No skiff simples, Mônica Aversa ficou na quarta colocação. Já Caroline Beloni e Fabiana Beltrami terminaram o skiff duplo na sexta colocação.
Em 2007, são 31 atletas de remo que viajaram para o Rio de Janeiro. Destes, 25 estarão na briga por medalhas em dez barcos diferentes (oito formados por homens e dois por mulheres). Os outros seis representantes restantes (três de cada sexo) farão parte da reserva.
A definição da equipe só foi concluída a dez dias do início do Pan. A Confederação Brasileira de Remo entregou os nomes dos competidores ao Comitê Olímpico nacional (COB) apenas em 3 de julho. No entanto, o processo seletivo teve início em outubro de 2006, em preparações realizadas em Porto Alegre e no Rio de Janeiro.
Dos remadores que conseguiram a aprovação na seletiva e que estarão em ação na Lagoa Rodrigo de Freitas entre os dias 14 e 19 de julho, 11 defenderam as cores do país na América Central há quatro anos. Chama a atenção o nome de Gilbran Cunha, duas vezes prata no dois sem (em Winnipeg-1999 e Santo Domingo-03) e bronze no quatro sem (em 2003).
O destaque da equipe nacional, porém, não é nascido em solo pátrio. Trata-se de Aléxis Mestre, nascido em Cuba e naturalizado brasileiro apenas no final de 2006. Ele irá competir nas categorias skiff duplo e quatro sem leve.
O remador caribenho de 37 anos é o segundo mais velho dos componentes da seleção, ficando atrás apenas de Deborah Amorim, de 39, que integrará a equipe reserva. Em contrapartida, Mestre é o que detém o maior número de conquista em Pan-americanos, tendo faturado quatro medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze ao longo dos Jogos de Indianápolis-1987, Havana-1991 e Mar del Plata-1995.
O cubano deixou seu país de origem em 1998, quando chegou ao Brasil em busca de um estilo de vida melhor. Como as leis esportivas daquele país exigem que o atleta fique afastado de competições oficiais durante dois ciclos olímpicos, Mestre só foi liberado para vestir as cores do Brasil no final do ano passado.
Barradas: Dos 31 remadores que compõem a seleção brasileira para o Pan, duas atletas têm motivos de sobra para lamentar. Amanda Costa e Caroline Beloni conseguiram a vaga para a disputa do dois sem feminino, mas não irão competir a prova e integrarão apenas a reserva do time nacional.
Tudo isso aconteceu por causa da desistência dos Estados Unidos em participar da prova. Assim, apenas quatro países fariam parte do quórum da disputa, o que vai contra o regulamento da Federação Internacional de Remo, que exige que pelo menos cinco barcos façam parte de uma competição oficial.
GAZETA PRESS
Seleção de Remo treinou na Ilha do Pavão, em Porto Alegre, como preparação para os Jogos
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Banco de Dados
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RBS