| 06/07/2007 13h06min
O Atletismo foi uma das modalidades que optou por decidir em cima da hora seus representantes nos Jogos Pan-americanos, no mês de junho, após a disputa do Troféu Brasil em São Paulo. Prenúncio de fracasso? Muito pelo contrário. A modalidade acredita que pode aparecer bem mais do que em Santo Domingo-2003, quando conquistou quatro medalhas de ouro, cinco de prata e seis de bronze.
– Essa é a equipe mais bem preparada que levaremos aos Jogos Pan-Americanos. Fizemos tudo o que nos foi solicitado. Com certeza, estamos com um preparo melhor em relação a Santo Domingo. Tivemos recursos importantes para preparar a equipe – comenta Martinho Santos, secretário geral da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Qualquer país que sonha em virar uma potência esportiva no mundo necessita dar atenção especial ao atletismo. Nos Jogos Pan-Americanos, a modalidade é a que vai distribuir o maior número de prêmios: serão realizadas 47 provas (24 masculinas e 23 femininas), com 177 medalhas em disputa.
– O objetivo é ganhar o maior número de medalhas possível. Nossa melhor participação foi em Winnipeg (1999), quando ganhamos 17. Trabalhamos com a chance de ganhar mais do que isso. Agora não importa se vai ser de ouro, prata ou bronze – destaca Martinho Santos.
Ao contrário da maioria dos esportes, a Confederação Brasileira de Atletismo não pôde reunir todos os seus representantes para uma preparação específica antes do Pan. Contudo, o planejamento para o sucesso nos Jogos Pan-americanos foi feito em 2004 e apostou em campings no Brasil e exterior, com técnicos estrangeiros. A expectativa é que frutos maiores sejam alcançados nas Olimpíadas de Pequim.
– Idealizamos um projeto para o período de 2004 a 2008. Nosso objetivo era trabalhar todas as modalidades da mesma forma. Em algumas delas, ainda não conseguimos resultados expressivos. Mas em outras frentes todos podem ver o que foi alcançado – Martinho Santos.
Um dos frutos mais comemorados pela CBAt está no salto com vara. Os grandes nomes do país na modalidade - Fábio Gomes e Fabiana Murer - são os atuais recordistas sul-americanos. Outra que evoluiu bastante foi Keila Costa, que passou a incomodar a badalada Maurren Maggi nas disputas do salto em distância e do salto triplo.
– O importante é que na preparação do Pan todas as nossas modalidades tiveram representantes no exterior, ou em clínicas ou em competições de alto nível – lembra Martinho Santos.
Candidatos a estrelas brasileiras no Rio de Janeiro não faltam e chegam respaldados por bons resultados na temporada. Um dos principais nomes do atletismo nacional na atualidade e classificado a duas provas, Jadel Gregório aporta no Pan com a melhor marca do ano no salto triplo (17,90m). No salto em distância, ela terá que se esforçar para derrotar o panamenho Irving Saladino. Morador de São Paulo e namorado de Keila Costa, ele é dono do terceiro melhor salto do ano (8,53m) conquistado exatamente no Rio de Janeiro, em maio. Jadel saltou apenas 8,26m na temporada.
Já sem o status de principal nome do atletismo feminino do Brasil, Maurren não perde a condição de candidata a título e deverá protagonizar uma briga verde e amarela com Keila Costa tanto no salto triplo quanto em distância. No primeiro deles, a novata leva vantagem no ranking mundial e possui a marca de 14,57m - novo recorde sul-americano - contra 14,44 de Maurren na temporada. Em distância, a situação se inverte e a veterana e recordista do continente aparece na terceira colocação da lista mundial com 6,94m contra 6,88m de Keila.
Na maratona, a expectativa também é grande em cima do medalhista olímpico Vanderlei Cordeiro e do atual campeão da São Silvestre, Franck Caldeira. Os dois não terão a concorrência de Marílson dos Santos que abdicou da prova para correr os 5.000 e os 10.000m.
Além das figuras carimbadas, o atletismo brasileiro sempre apresenta surpresas. Um dos candidatos é o velocista Sandro Viana, primeiro do ranking nacional nos 200m e que garantiu no Troféu Brasil a vaga nos 100m. Também conquistaram presença no Pan velhos conhecidos do público, como Sanderlei Parrela (400m) e Elisângela Adriano (arremesso de peso e lançamento de martelo).
– É a melhor equipe que poderíamos levar. Temos atletas mais velhos, outros mais novos. O importante é que todo mundo ganhou sua classificação na pista (como vencedor do Troféu Brasil ou líder do ranking nacional) – finaliza Martinho Santos.
GAZETA PRESS