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 | 26/06/2007 19h07min

Sindicato considera afastamento de controladores arriscado

Presidente da entidade diz que mesma experiência em outros países resultou em problemas

Representantes de controladores de tráfego aéreo consideram que o deslocamento de 14 sargentos do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1) traz riscos à segurança de vôo no país. O assunto foi discutido nesta terça-feira durante um encontro de controladores em Brasília.

O remanejamento dos sargentos, classificados de “lideranças negativas” pelo comandante da Aeronáutica brigadeiro Juniti Saito, foi uma das medidas adotadas pelo governo para normalizar o tráfego aéreo e diminuir os problemas de atrasos nos aeroportos brasileiros.

Mas, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, o problema é que profissionais com experiência no controle do tráfego aéreo civil foram substituídos por controladores que atuam na defesa do espaço aéreo, que não teriam recebido treinamento para a nova função.

– Nos preocupamos muito com isso porque a experiência que nós temos no mundo de o elemento de defesa aérea ocupar posições de controlador de tráfego aéreo civil é da década 70, na França, que resultou num grave acidente aéreo – disse.

Um dos 14 controladores remanejados é o sargento Wellington Rodrigues, presidente da Associação Brasileira dos Controladores do Tráfego Aéreo (ABTCA). Rodrigues não compareceu ao encontro, mas enviou aos participantes uma mensagem em vídeo, em que informa que ele e os 13 colegas foram cedidos para o Comando de Defesa Aeroespacial.

Segundo o sargento, com a troca dos controladores no Cindacta 1, muitos procedimentos de segurança de vôo deixaram de adotados:

– Controladores sem habilitação, controladores sem o curso radar estão assumindo posições de controle do tráfego aéreo, em verdadeira operação de guerra. Nós temos uma preocupação muito grande porque desde o começo defendemos o cumprimento doas procedimentos de segurança e dessa forma como está sendo vivenciada a crise os procedimentos de segurança foram jogados fora.

Jorge Botelho disse que o clima é de medo entre os controladores de tráfego aéreo que trabalham no Cindacta 1.

– Antes havia muito mais o receito, a tensão, o clima hoje é de medo de se trabalhar, porque eles sabem que estão trabalhando com pessoas que não têm a qualificação – afirmou ele, que também criticou a "falta de diálogo" com o governo:

– Sem diálogo, a crise vai continuar.

Integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara, a deputada federal Luciana Genro (P-Sol- RS) disse que a CPI vai requisitar ao Comando da Aeronáutica documentos que comprovem que os controladores deslocados para o Cindacta-1 receberam treinamento para a nova função.

A assessoria do Comando da Aeronáutica informou que os controladores remanejados para o Cindacta 1 são habilitados, de acordo com a legislação em vigor, para a função que estão exercendo atualmente.

AGÊNCIA BRASIL
Geraldo Magela / Agência Senado

Medidas adotadas pelo governo na crise aérea foram discutidas em evento em Brasília
Foto:  Geraldo Magela  /  Agência Senado


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