| 06/06/2007 18h20min
A campanha do Figueirense na Copa do Brasil, sob a batuta do maestro Mário Sérgio, reporta, de forma inevitável, ao ano de 1991, quando da conquista deste campeonato pela equipe do Criciúma, à época sob o comando de Luiz Felipe Scolari.
São diversas as semelhanças entre estes dois grandes comandantes. A mais visível é a capacidade de liderança e persistência que ambos possuem e que é fundamental para o êxito na profissão de técnico de futebol. Mário Sérgio e Felipão se destacam também pela resistência à pressão externa e por fazerem valer seus pontos de vista, que estão sempre embasados em um conhecimento de futebol indiscutível e amealhado em anos de carreira como jogadores.
Numa conversa por telefone com Felipão, este, mesmo envolvido pelo importante jogo em que a seleção portuguesa enfrentava a Bélgica, no último sábado, concedeu a entrevista abaixo.
Diário Catarinense - Como você está vendo a classificação do Figueirense para a final da Copa do Brasil? O que isto representa para o futebol catarinense?
Felipão - Vejo uma semelhança muito grande entre o Criciúma de 1991 e o Figueirense de agora. Uma equipe jovem e com um grande projeto para o futuro.
DC - Sendo uma pessoa que viveu uma situação semelhante com o Criciúma, em 1991, quais os conselhos que você daria para o técnico Mário Sérgio?
Felipão - Não tenho conselho especial para o Mário Sérgio, mas estou achando uma grande e boa coincidência com relação ao último jogo nosso em 1991, e o do Figueira na última quarta-feira no Maracanã. Jogamos com o Grêmio, em Porto Alegre, fizemos o primeiro gol e, no final, o Grêmio empatou, 1 a 1, igual ao jogo do Figueirense. Depois, jogamos em casa e precisávamos apenas de um empate. Conseguimos empatar em casa, em 0 a 0, e ganhamos o título tão sonhado para o Estado. Se você acredita em coincidências basta o Figueira empatar em 0 a 0.
DC - Como avalia o trabalho que está sendo feito no Figueirense nos últimos anos?
Felipão - Muito bom. Com uma gestão empresarial moderna, traçando seus objetivos, mesmo com algumas dificuldades durante o percurso, continuaram a buscar o que foi traçado, sem desistir.
DC - Aponta um favorito para a disputa final?
Felipão - Não, até porque o futebol nos apresenta grandes surpresas. O Fluminense tem que ser respeitado, tem uma boa equipe e um treinador de grande futuro, Renato Gaúcho.
DC - Conhece algum jogador do Figueirense? Algum o impressiona?
Felipão - Por estar um pouco afastado do futebol catarinense, e pela quantidade de lançamento de muitos jovens atletas, confesso não ter grande conhecimento. Mas se vierem a ganhar o título, automaticamente serão observados e valorizados, como aconteceu com os jogadores do Criciúma.
DC - Você acha que o Figueirense tem condições de disputar uma competição como a Copa Libertadores?
Felipão - Sim, pelo projeto do próprio Figueirense. Acho que chegou a hora de Santa Catarina, através do seu time, tentar um sonho maior que é ser campeão da Copa Libertadores.
DC - Se o Figueirense for campeão, o que terá que fazer para ter um bom desempenho na Copa Libertadores?
Felipão - Entendo que num campeonato difícil como a Libertadores, o Figueirense terá que mesclar sua equipe com jogadores mais experientes, principalmente com atletas que venham a comprometer-se com o clube e com a competição.
OBERDAN VILAIN/ ESPECIAL DC