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Com a aprovação do presidente Fernando Henrique Cardoso, a privatização do Besc passou para a agenda do governo de transição. Como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já manifestou sua intenção de evitar a venda do banco, é provável que o edital de leilão possa ser sustado nos próximos dias.
A anuência de FHC foi obtida na quarta à tarde, 30 de outubro, pelo governador de Santa Catarina, Esperidião Amin (PPB), quando este ligou para pedir ao presidente que, em nome da nova realidade política pós-eleição, submeta o assunto Besc ao comitê de transição do governador eleito, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).
– O senhor está dando um show com a transição, é vitrine para o mundo inteiro, então não acha justo que o novo presidente decida o futuro do Banco? –, argumentou Amin.
Em meio à informação de que o presidente do Banco Central, Armínio Fraga e o Ministro da Fazenda, Pedro Malan, pressionam para lançar o edital nesta semana, Amin contra-atacou
– O Malan não vai querer tisnar (manchar) o quadro que o senhor está pintando, não é? –, ironizou.
Em outra frente de batalha para evitar a venda imediata do Besc, o PT de Santa Catarina conseguiu incluir o adiamento das privatizações na agenda de transição do governo Lula. A deputada e senadora eleita Ideli Salvatti reuniu-se na quarta em São Paulo com o secretário-geral do PT nacional, Luiz Dulci, e com o assessor direto de Lula, Gilberto de Carvalho, para reforçar o pedido da cúpula petista catarinense.
ADRIANA BALDISSARELLI E ANA MINOSSO / DIÁRIO CATARINENSE