| 10/05/2007 14h56min
A equipe brasileira que irá disputar os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em julho, terá dois treinadores. Apesar de a seleção ser oficialmente comandada pelo técnico Marcos Olsen, boa parte dos atiradores treina também com o italiano Carlo Danna, o próprio ex-comandante do grupo.
A situação pode até parecer estranha, mas é de conhecimento da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, a CBTE, e tem o aval do Comitê Olímpico Brasileiro. Até porque é o COB quem banca os treinamentos de Danna com Janice Teixeira, Daniela Carraro, Renato Portela, Wilson Zocolote e Roberto Schmits, além do reserva Carlos Costa.
O treinador italiano era o responsável pela seleção brasileira até 2006, mas pediu afastamento do cargo após a chegada de Durval Guimarães, por meio de uma decisão judicial, à presidência da CBTE. A Confederação garante que Danna alegou um desentendimento entre as duas partes durante a disputa de um torneio em Zagreb, na Croácia, que acabou culminando no pedido de demissão do técnico.
Para solucionar a confusão, a entidade contratou o técnico Marcos Olsen, em medida que não agradou boa parte dos atletas, decididos a treinar ainda com Carlo Danna sem o conhecimento da CBTE. A idéia foi articulada por Janice Teixeira, Roberto Schmitt e Renato Portela, boa parte da base da equipe que disputará o Pan, e acabou ganhando o apoio do COB.
– Agora somos dois técnicos. Não voltei a trabalhar com a Confederação. Fui convidado pelo COB e irei ajudar atiradores brasileiros, meus amigos – afirmou Danna, que não deixou de criticar a postura da CBTE.
– Não quero criar polêmica, mas esta atual confederação voltou a ser o que era. Não se interessa pelos atiradores e nem pelo esporte. Precisa mudar – garantiu.
Carlo Danna havia sido contratado pela Confederação em 2005, quando o presidente eleito Frederico Costa iniciou seu mandato, apoiado pelas federações estaduais. Porém, Frederico acabou destituído do cargo por decisão da Justiça, que colocou Durval Guimarães – presidente por 14 anos – de volta ao exercício da função.
Se a disputa pela presidência da CBTE tem sido pouco amistosa, os dois treinadores não demonstram quaisquer divergências entre si ou com a divisão dos atletas.
– Não tenho problemas com ele, sou profissional – resumiu Danna, em acordo com a postura adotada por Marcos Olsen.
– A contratação do Danna pelo COB foi muito bem aceita por mim. Desta forma ficou bem melhor. Estamos próximos aos Jogos e o aproveitamento dos atletas melhorou muito – garantiu Olsen, treinador da seleção e de Rodrigo Bastos, Filipe Fuzaro e Luiz Carlos Graça, além do reserva Luiz Fernando Graça.
Apesar da receptividade entre os dois técnicos, a CBTE evita dar um parecer sobre o assunto.
– Não tenho nada a dizer sobre a contratação do Danna pelo COB. Este assunto deve ser abordado com o COB. Não tenho nada a declarar, isto é coisa de atleta – garantiu o coronel Luís Carlos Simões, que se divide nas funções de diretor financeiro, consultor técnico e assessor da presidência da Confederação.
GAZETA PRESS