| 15/03/2007 11h20min
Um grupo com cerca de 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu, na manhã desta quinta-feira, o Ministério da Integração Nacional, em Brasília. Segundo o site O Globo Online, uma porta de vidro foi quebrada e algumas pessoas ficaram feridas, mas não há informações sobre o número exato.
Entre os feridos está o rapaz Roney Vagner da Silva Fonseca, que foi levado para a Polícia Federal por ter danificado prédio público. Ele é morador de Taguatinga, uma região administrativa do Distrito Federal.
– Há dano ao patrimônio. Uma reivindicação tão ordeira, quanto a deles não pode terminar assim – disse o major Moretto, da Polícia Militar de Brasília. Segundo ele, o manifestante que quebrou a porta foi detido por dano ao patrimônio.
Os manifestantes protestam contra a transposição das águas do Rio São Francisco. Eles seguem em direção à Câmara dos Deputados, onde a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realiza audiência pública para debater o projeto. O grupo, que levava um caixão, “rezava pelo morto”, que seria o projeto.
Embora a transposição das águas do Rio São Francisco, uma das prioridades do governo Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não tenha a autorização do Ibama para ser iniciada, foi lançado na segunda-feira o edital de licitação para a primeira etapa das obras: a construção dos canais interligando o eixo norte-sul.
Manifestantes já tinham feito passeata na terça
Brasília já tinha sido palco de uma manifestação contra o projeto na terça-feira, quando integrantes de diferentes movimentos sociais fizeram uma passeata reivindicando uma audiência com o presidente Lula. Naquele dia, após percorrerem toda a Esplanada dos Ministérios, os manifestantes foram à Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto.
Em fevereiro, dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (BA), que em 2005 fez greve de fome contra o projeto, anunciou que mudaria de estratégia e faria uma mobilização nacional com os movimentos sociais para conquistar o apoio de novos líderes políticos da região, como o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Originalmente, o Estado da Bahia é contra a obra que o governo de Lula quer levar adiante.