| 13/03/2007 11h59min
A Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) investiga a possível relação entre os bandidos que assaltaram na noite de ontem um prédio de luxo na Rua Pedro Ivo, 970, no bairro Mont’Serrat, em Porto Alegre, e outro grupo que também assaltou apartamentos em um edifício no Moinhos de Vento, considerado bairro nobre da Capital, na semana passada.
Segundo o titular da delegacia, delegado Eliomar Franco, há semelhanças muito grandes na abordagem e também na quantidade de pessoas envolvidas.
Ontem, por volta das 21h, um homem chamou o porteiro alegando ser um entregador e dizendo que tinha encomenda para um dos moradores, citando o nome do proprietário. Quando o porteiro se aproximou, teve uma arma apontada para a cabeça e foi obrigado a abrir o portão para a entrada de dois carros. A suspeita é de que pelo menos 10 pessoas tenham participado da operação.
A principal diferença entre este e o outro assalto é que
a quadrilha foi mais violenta e roubou
apenas um apartamento, cujo dono foi agredido – no assalto no bairro Moinhos os quatro apartamentos do prédio foram assaltados, e não houve agressão. Os criminosos levaram jóias, telefones celulares, talões de cheque e um revólver e teriam ficado menos de meia hora no local.
Os vizinhos desconfiaram da movimentação e chamaram a Brigada Militar. Segundo o Deic, os ladrões só conseguiram escapar a tempo porque estariam ouvindo a radiofreqüência da polícia. Apesar do edifício ter 15 câmeras de vigilância, a ação não foi filmada.
Para o diretor do Deic, Ranolfo Vieira Júnior, os assaltos a condomínios não são novidade no Estado, mas também não são tão comuns quanto no centro do país. Ele acredita que possa estar havendo uma migração do crime.
– Há de se reconhecer que sempre que as forças de Segurança Pública atuam de forma mais forte, mais dinâmica, em determinado tipos de crime; e aqui eu dou como exemplo roubo a banco e o próprio roubo a transporte de
valores, há uma migração para outros
crimes.
Nos últimos quatro meses, pelo menos quatro condomínios foram alvo de assaltos no Rio Grande do Sul: dois em Porto Alegre, um em Torres e outro em Canoas. O professor de Segurança Patrimonial da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre, Arildo Rego, critica a postura dos condôminos, que acreditam estar imunes a esse tipo de assalto.
– Tem que criar um regulamento de segurança pro prédio e cumprir o regulamento de segurança. Anexá-lo à convenção de condomínio e punir quem não cumprir.
O professor afirma ainda que o ideal seria haver uma integração entre os diferentes prédios de uma rua, com comunicação por rádio entre os porteiros e cobertura visual por câmeras de segurança.
Quatro testemunhas prestaram depoimento nesta manhã.
RÁDIO GAÚCHA