Diante da nova turbulência causada pela renúncia de Nelson Jobim à disputa pelo comando do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só vai anunciar a reforma ministerial na próxima semana. No PSB, cresce a expectativa em relação à nomeação do deputado gaúcho Beto Albuquerque para um novo ministério.

Segundo o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, Lula decidiu esperar mais um pouco para mexer no primeiro escalão a fim de evitar acusações de interferência na eleição do PMDB. Tarso disse que a reforma está 90% pronta "na cabeça do presidente".

Na segunda-feira, o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) foi convidado por Lula para assumir a pasta da Integração Nacional. Para acomodar o PSB, pode ser criada uma Secretaria de Portos e Aeroportos, com status de ministério. A estrutura pode ser confiada a Albuquerque, atual líder do governo na Câmara.

– O partido tem de estar na vitrine. Não poderíamos ficar apenas com Ciência e Tecnologia, pois o PSB cresceu e tem compromisso com o programa do presidente – disse o secretário-geral da sigla, senador Renato Casagrande (ES).

Com a nomeação de Albuquerque na nova secretaria, o Planalto também abre espaço para o PTB. Ontem, Lula convidou o deputado José Múcio (PTB-PE) para ser o novo líder do governo na Câmara. O presidente também ofereceu aos senadores Roseana Sarney (PMDB-MA) e Romero Jucá (PMDB-RR) as funções de líderes do governo no Congresso e no Senado, respectivamente.

Para não entrar em disputa com o grupo do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que gostaria de manter Pedro Britto na Integração Nacional, o Planalto estuda transferi-lo para a presidência da Sudene. Atual ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia é cotado para assumir a pasta das Relações Institucionais, que estará livre com a transferência de Tarso para a Justiça. Marta Suplicy, por sua vez, foi convidada a assumir o Turismo. Para a Saúde, José Gomes Temporão foi indicado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral.

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