Na primeira reunião entre o novo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e os líderes partidários, ficou acertada a votação ainda nesta terça de duas das três medidas provisórias que trancam a pauta. Na quarta, eles querem votar o projeto de resolução que corta mais de mil de cargos de natureza especial (CNE) na Casa.

Os líderes também consideram as reformas tributária e política prioridades e querem criar uma comissão especial para discutir o aquecimento global. Segundo o líder do P-Sol, Chico Alencar (RJ), o tema é planetário e a Câmara não pode se esquivar dele.

– Queremos que a Câmara funcione como um usina de debates – disse Chico Alencar.

Já a proposta de reajuste nos salários dos parlamentares, que gerou polêmica no final do ano legislativo passado, deverá ser avaliada apenas em março. Apesar de ter anunciado, na semana passada, que incluiria a correção dos salários na pauta da Câmara "o mais rápido possível", Chinaglia voltou atrás nesta segunda e decidiu adiar a discussão.

O presidente da Casa é favorável agora ao reajuste dos salários pela variação da inflação acumulada nos últimos três anos, o que elevaria os subsídios dos atuais R$ 12.847,20 para R$ 16.500.

O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), disse que a Câmara terá que se debruçar sobre o assunto, mas não agora. Segundo ele, todos entendem que primeiro é preciso pôr a Casa para funcionar.

Líderes acertam esforço para recuperar imagem da Casa

Também houve um comprometimento geral para tentar recuperar a imagem da Câmara, abalada por uma série de escândalos nos últimos dois anos. Líderes governistas e da oposição concordaram que o Legislativo precisa produzir mais, votando matérias importantes para o país e, acima de tudo, não gerar novos escândalos. O líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), deu a receita para recuperar a imagem da Casa:

– Como se resgata a imagem da Câmara? Não dando motivos para que a opinião pública e a mídia falem contra nós. Os deputados têm que dar o exemplo trabalhando – disse ao sair da reunião.

Chinaglia também bateu nessa tecla e disse, durante a reunião, que todas as propostas nesse sentido serão bem recebidas. O petista disse que fechar uma pauta positiva de votação é o primeiro passo para recuperar a imagem da Câmara.

– Estamos numa fase de fisioterapia. Não podemos querer resolver tudo. Temos que recuperar a credibilidade da Casa com uma pauta positiva. Qualquer proposta que venha para melhorar o trabalho, a produção e a relação da Câmara com a sociedade, será bem vinda. Para mim, o céu é o limite – disse Chinaglia, segundo um dos participantes da reunião.