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 | 05/02/2007 09h24min

Lula participa de reunião de coordenação política

Márcio Thomaz Bastos pode acertar seu afastamento ainda hoje

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje pela manhã, no Palácio do Planalto, da reunião de coordenação política do governo. Às 11h, despacha com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e ao meio-dia, com o ministro da Previdência Social, Nelson Machado.

Bastos deve acertar sua saída da pasta da Justiça. Estão cotados para substituí-lo o articulador político do governo, Tarso Genro, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence. Tarso enfrenta forte oposição em algumas alas do PT, como o campo majoritário.

Lula intervirá pessoalmente, a partir de hoje, nas negociações para recompor a base aliada, definir sua nova equipe ministerial e cobrar a votação das propostas que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nesta segunda, Lula conversará com o novo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), com o candidato derrotado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e ainda com o presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O presidente já antecipou semana passada que vai exigir responsabilidade dos partidos aliados, que se dividiram na eleição da Mesa da Câmara, para que seja assegurada a unidade governista em torno dos projetos do programa de crescimento. Simultaneamente, o presidente começa a tratar dos pleitos dos aliados para o Ministério, mas já disse que anunciará as mudanças apenas no fim de fevereiro.

O PMDB, que hoje tem três ministérios (Comunicações, Minas e Energia e Saúde), quer ampliar sua fatia para cinco. O partido sinaliza que tem mais pressa que o presidente em definir a sua participação no governo.

- Estamos aguardando o convite do ministro Tarso Genro para conversar. Era para aguardar a eleição da Mesa da Câmara. Isso já aconteceu - disse o novo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).

O líder peemedebista e o presidente do partido, Michel Temer (SP), já estão administrando a ansiedade da bancada de quase 90 deputados.

Diante do crescimento da base governista de Lula no Congresso com a adesão estratégica do PMDB, e ainda sob o desgaste da participação na eleição de Chinaglia na Câmara e de Renan no Senado, a oposição, dividida, busca novo rumo e um discurso mais consistente contra o governo petista. Para isso, PSDB e PFL terão primeiro de administrar não só as diferenças de estilo, cada vez mais gritantes, como também suas divergências internas.

Apontados como principais responsáveis pela vitória de Chinaglia, os tucanos estão divididos entre uma postura mais agressiva em relação ao governo Lula e a opção de uma oposição mais leve.

- Estamos numa ressaca. Teremos de achar nosso caminho com nova agenda e definir que tipo de oposição vamos fazer - cobra o deputado novato Bruno Araújo (PSDB-PE).

Nesta tarde tarde, Lula reúne-se com representantes do Sindicato da Indústria da Construção Naval e Offshore (Sinaval). Em seguida, às 16h, despacha com o ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Às 16h30, o presidente participa de reunião da Junta Orçamentária e, às 18h30, tem despacho com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo.

AGÊNCIA BRASIL E AGÊNCIA GLOBO

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