| 02/02/2007 15h51min
Durou pouco o estado de aparente solução para o impasse da vela nos Jogos Pan-Americanos, em julho. Durante o último dia de visita da comissão da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) às obras das instalações no Rio de Janeiro, o presidente da comissão, Julio Maglione, antecipou que a entidade irá vetar a utilização da Marina da Glória sem obras para as disputas da vela no Pan.
– A solução não foi aprovada pela comissão da Odepa – afirmou Maglione durante entrevista no Palácio da Cidade. – O nível da competição será prejudicado e por isso reprovamos – conclui.
Embargadas pela Justiça por causa de uma ação movida pelo Iphan, as obras na Marina estão interrompidas desde o ano passado. Tentando colocar um fim no impasse e assegurar a permanência da modalidade na programação dos Jogos, o Comitê Organizador do Pan (CO-Rio), apresentou como sugestão a realização da competição no mesmo local, mas utilizando instalações de apoio temporárias.
O problema é que no projeto original, a Vela seria disputada em instalação de nível olímpico, o que não poderá ser mantido no novo formato. Na própria apresentação da alternativa, o CO-Rio já alertava que a competição perderia em qualidade.
Com o veto inicial da comissão da Odepa, a proposta ainda será encaminhada ao presidente da entidade, Mário Vargas Raña, que anunciará a decisão final nos próximos 15 dias. O impasse pan-americano terá desdobramentos sérios também no projeto de candidatura nacional para os Jogos Olímpicos de 2016. Isso porque a versão alternativa apresentada não atende as exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI) para quem deseja receber o evento.
Segundo o secretário municipal especial do Pan, Ruy Cezar Reis, a prefeitura aguardará a decisão da Odepa para só depois tomar alguma providência. Por antecipação, contudo, ele admite que uma competição de vela com nível inferior ao olímpico deve fazer o país "repensar sua candidatura" para 2016.
O presidente do CO-Rio e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, também afirmou que qualquer decisão só será tomada após um pronunciamento da Organização Pan-Americana.
– Depois disso, sentaremos com o poder judiciário para uma decisão final – pondera.
GAZETA PRESS