| 01/02/2007 11h28min
O anúncio de um bloco de sete partidos que apóiam o governo no Senado irritou a oposição, que foi pega de surpresa, pouco antes da eleição para a presidência.
Segundo o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), a decisão de PT, PP, PSB, PTB, PCdoB, PR e PRB, que passarão a ser a segunda maior força no Senado, não ajuda na relação com a base aliada. – O Senado não tem esse perfil, é um mal começo até para a convivência – disse Heráclito Fortes (PFL-PI). – Surpreendente. Vínhamos conversando com o PT e agora tem esse bloco. É a cara do PT – protestou a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). Inconformados, os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), José Agripino (PFL-RN) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) apresentaram questões de ordem para tentar esclarecer como fica a proporcionalidade dos partidos no Senado. Agripino propôs um acordo para que a proporcionalidade seja respeitada no preenchimento dos cargos da Mesa, mesmo com a formação dos blocos. Dessa forma, as indicações pelos blocos só seriam mantidas se houvesse acordo entre eles. Os três receberam o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que defende a prerrogativa dos partidos. – No que depender de mim, vou me pautar pela democracia e pela proporcionalidade pura, a não ser que o consenso a substitua – disse Renan. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse que a formação do bloco não é novidade, mas garantiu que os sete partidos estão dispostos a negociar as indicações para a Mesa. Segundo ela, a formação do bloco é uma salvaguarda para os partidos. Ideli disse ainda que a candidatura de Agripino já quebrou a regra da proporcionalidade, já que ela prevê que o maior partido, no caso o PMDB, faz automaticamente o presidente do Senado. – Temos toda disposição de levar a negociação a bom termo. Já tínhamos o bloco, a novidade foi ampliá-lo. Se tiver reclamação, é preciso lembrar que a Casa tem uma regra que indica que a maior bancada indica o presidente e essa regra foi quebrada – disse a petista. AGÊNCIA O GLOBO