| 29/01/2007 19h48min
A crítica do candidato à reeleição à Presidência da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a uma possível concentração de poder pelo PT em caso de vitória do líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), na disputa, repercutiu entre deputados e líderes partidários que acompanharam o debate realizado na manhã desta segunda-feira pela Câmara. Participaram do debate os três concorrentes ao principal cargo da Mesa Diretora - além de Aldo e Chinaglia, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), do grupo da terceira via.
Na avaliação do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que apóia a candidatura de Fruet, o debate deixou mais clara a divisão entre os partidos da base governista.
– Eu acho que o maior conflito foi a colocação pública por parte do Aldo de que a candidatura do PT significa uma concentração de poder perigosa. Foi a primeira vez que ele expressou isso publicamente – afirmou.
O líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), saiu em
defesa de seu partido e disse que a crítica de
Aldo foi injusta, já que o PT foi unânime no apoio a Aldo na última eleição.
– O PT tem sido um partido equilibrado ao longo da sua história. Tem construído governos de coalizão, está construindo uma coalizão para o segundo Governo Lula, mas eu relevo esse erro [de Aldo] porque acho que foi no calor do debate. Isso não vai atrapalhar a coalizão que nós estamos montando para sustentar o governo – disse.
Para o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara e defensor da candidatura de Aldo, a polarização entre Chinaglia e Fruet pode levar a uma aliança entre Aldo e Fruet no caso de um segundo turno.
– Acho que esse permanente ataque que o Arlindo tem feito ao candidato do PSDB fortalece um bloco muito importante no segundo turno que nos levará à vitória. A cada debate que se realiza, estamos mais confiantes de que, no segundo turno, venceremos a eleição, na medida em que o Aldo tem demonstrado ser um homem equilibrado, tranqüilo,
que não quer antecipar o debate da
eleição de 2010. Ele não quer ser presidente desta ou daquela facção política. Ele quer ser presidente de todos os deputados – ressaltou.
O deputado Onyx Lorenzoni (RS), vice-líder do PFL, afirmou que o debate deverá ter uma grande influência para os mais de 200 deputados novos ou que retornam à Casa depois de um intervalo de quatro anos.
– Quem vai decidir a eleição são aqueles que estão chegando, não os que já estão na Câmara – disse.
Na opinião do deputado, dois candidatos deram passos importantes no debate: Aldo Rebelo, que teve o melhor desempenho na avaliação de Lorenzoni, e Gustavo Fruet, por ter maior respaldo na sociedade. Para ele, a eleição terá segundo turno, mas ainda é impossível dizer quem serão os candidatos escolhidos.