| 27/01/2007 17h48min
Quem se lembra dos benefícios do Pacote 51? E dos resultados do Avança, Brasil? Na história econômica do Brasil, planos e conjuntos de medidas abundam, nem todos com a efetividade ambicionada originalmente. Na tentativa de preservar o planejamento detalhado do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para além dos primeiros meses, o governo federal inovou ao criar o Comitê Gestor do PAC.
Formado por três ministros, da Casa Civil, da Fazenda e do Planejamento, o comitê também está ligado ao grupo executivo do PAC, integrado por quatro funcionários de alto escalão dos três ministérios envolvidos. Sua principal função é exatamente não permitir que o ambicioso conjunto de intenções do governo se transforme em um fantasma. Em entrevista à Rádio Nacional, o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, detalhou que o acompanhamento será técnico, jurídico e burocrático, porque envolve não só a verificação de dados, mas também o acompanhamento das obras. Além disso, o grupo vai informar o presidente e monitorá-lo sobre o desenvolvimento do PAC.
– Esse método pode ajudar bastante para que as metas sejam cumpridas – avalia José Paschoal Rossetti, economista e professor da Fundação Dom Cabral.
Especialista em gestão, Rossetti avalia que o comitê gestor pode melhorar a eficiência na execução das metas estabelecidas, ao definir responsabilidades que serão cobradas logo adiante.
– O plano em si não é mais do que um ajuntamento, uma aglomeração de coisas já decididas. O que pode fazer a diferença é esse acompanhamento – diz o professor da Dom Cabral.
Habituados a usar esse tipo de instrumento em suas companhias, os empresários também se mostram otimistas em relação às perspectivas que o comitê gestor abre para o PAC.
– As pessoas ficam discutindo se poderia ser mais agressivo, menos agressivo, mas o fundamental é ter um projeto para crescer. E, uma vez definido o plano, o mais importante é operacionalizar. É como o governo pode mostrar capacidade e ganhar credibilidade de que o pacote não tem só papel, que vai sair mesmo – avalia Paulo Tigre, presidente da Federação das Indústrias (Fiergs).
E embora isso não esteja no manual das boas técnicas de gestão, Tigre admite que, ainda mais do que no processo, bota fé na gerente:
– No comando desse processo está a ministra Dilma, que conhecemos bem e sabemos que é uma grande gerenciadora. Sabe operar e operar bem.
MARTA SFREDO/ZERO HORA