| 22/01/2007 11h15min
Após quase três meses de discussão, o governo federal anunciou hoje as medidas que serão adotadas para impulsionar o crescimento da economia. O Programa para Aceleração do Crescimento (PAC) terá R$ 503 bilhões em infra-estrutura, crédito, investimento, desoneração tributária e medidas fiscais de longo prazo e tem como objetivo elevar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 5%. No primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, a expansão média do PIB foi de 2,6% ao ano.
Em seu discurso, Lula disse que seu primeiro governo se preocupou com a estabilidade e que o momento agora é de acelerar o crescimento da economia com a melhoria das conquistas obtidas nos últimos anos.
– É hora de superar barreiras e crescer de forma mais acelerada, diminuindo as diferenças entre as pessoas e as regiões. Crescer de forma acelerada é arrancar as travas e colocar o país num ritmo mais adequado a suas forças. Não podemos ter medo de andar na velocidade correta, mesmo que tenhamos que ultrapassar o adversário e nos livrar de alguns pesos – afirmou.
O presidente afirmou que o pacote será implantado em módulos, em função da magnitude das medidas. Lula pediu engajamento da sociedade e mobilização coletiva para a implantação do PAC.
– O PAC será sustentado por uma ampla coalizão política. Sei que contaremos com a compreensão e apoio dos governadores e do Legislativo – deu o recado.
A implementação do PAC não será imediata. Embora parte das resoluções saia por meio de medidas provisórias, será preciso fazer a regulamentação. Além disso, para que se tornem efetivas, precisam passar pelo Congresso Nacional.
No primeiro esboço do pacote, em novembro, o presidente Lula considerou as medidas insuficientes e pediu a seus ministros maior redução de impostos. O anúncio estava previsto para o final de novembro e foi adiado sucessivamente. A equipe econômica imaginava anunciá-lo antes do Natal. No entanto, o reajuste do salário mínimo para R$ 380 aumentou a projeção de gastos do governo para este ano e, conseqüentemente, reduziu o espaço para as desonerações.
Em busca de apoio político ao programa, Lula recebeu antes do anúncio do PAC os líderes de 11 partidos e 22 governadores.