| 16/01/2007 23h34min
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, aconselhou a Venezuela a manter o ambiente de investimento estável. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, comunicou a decisão de nacionalizar "absolutamente tudo" nos setores elétrico e energético.
– O que está em jogo não é quem possui o quê, se é o Estado ou o setor privado, mas a estabilidade das decisões – afirmou o diretor-gerente do FMI em entrevista coletiva.
Chávez anunciou a medida no sábado, quando disse que as multinacionais petrolíferas que quiserem ficar no país terão que aceitar o papel de sócias minoritárias.
– Se o governo decidiu mudar a propriedade dos meios de produção, certamente, de nosso ponto de vista o que está claro é que este deve ser um processo ordenado. Os Governos têm que ter em consideração que as decisões a curto prazo, por exemplo, de aumentar as receitas, podem contradizer decisões a longo prazo para aumentar o investimento. Do ponto de vista do crescimento, o investimento é um elemento muito mais importante. O ambiente de investimento deveria ser uma consideração principal – disse Rato.
Rato disse desconhecer os detalhes do plano de nacionalização e não criticou diretamente o anúncio de Chávez.
– Não seria razoável que eu emitisse juízos de valor – afirmou.
Rato disse também que o FMI não sabe se a decisão "mudará o contexto criado pela Lei de Hidrocarbonetos, aprovada em 2001". Com relação à Venezuela, Rato também destacou o valor da independência do banco central, que, em sua opinião, é "um elemento muito importante de estabilidade macroeconômica em qualquer país". Por último, afirmou que o processo de revisão da economia venezuelana, conhecido como Artigo IV, foi atrasado.
O fim dos contatos entre especialistas do FMI e autoridades, um passo anterior à elaboração do relatório, "dependerá do novo governo, quando estiver estabelecido", disse Rato. Chávez tomou posse de seu novo mandato em 10 de janeiro.
AGÊNCIA EFE