| 01/01/2007 14h44min
No discurso de posse que fará nesta tarde no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reforçar seu compromisso de um crescimento vigoroso e acelerado para avançar no desenvolvimento, sem descuidar da estabilidade do rigor fiscal. Lula dirá que pretende ter como marcas de seu governo a melhoria da qualidade na educação e a ampliação das oportunidades de emprego. E, numa abordagem que não estava prevista inicialmente, assumirá o compromisso de aprofundar a cooperação com os Estados para combater a violência – o que já prometera ao tomar posse em 2003 e não cumpriu efetivamente. Poderá, inclusive, fazer referência aos ataques do crime organizado no Rio de Janeiro, semana passada.
A chuva intermitente que cai sobre Brasília desde a noite de domingo pode forçar a organização da festa de posse a fazer alguns ajustes na programação, como o desfile em carro aberto da Catedral até o Congresso. Se a chuva persistir, o que é bastante provável, Lula deve cancelar a ida à Catedral, seguindo direto do Palácio do Alvorada para o Congresso, onde ocorrerá a cerimônia de posse. A chuva também deve prejudicar a festa popular prevista para a Praça dos Três Poderes, prevista para a noite.
O PT pediu ajuda a todos os militantes, amigos e simpatizantes da legenda, que moram no Distrito Federal e entorno, para que ofereçam hospedagem a pessoas que vierem de outros Estados para a festa de posse e não tenham onde ficar. O partido também informou que os militantes poderiam acampar num ginásio na área da Granja do Torto.
Lula e o vice José Alencar tomam posse em cerimônia simples, sem presidentes estrangeiros. O presidente não dará posse coletiva aos ministros, que ficam na Esplanada até a reforma ministerial. O presidente deverá fazer a reforma só em fevereiro, após as eleições para presidência da Câmara e do Senado. Dos mais de 30 ministérios e secretarias nacionais, deve pôr ao menos 12 na mesa de negociação com os partidos aliados que formam o governo de coalizão.
O presidente fará dois discursos: no Congresso, para políticos e convidados, e no Parlatório do Planalto, para o povo. Não haverá coquetéis ou jantar.
Dos 27 governadores, pelo menos 13 vão participar da posse de Lula, incluindo os oposicionistas Yeda Crusius (PSDB-RS), Alcides Rodrigues (PP-GO) e José Roberto Arruda (PFL-DF). Aliados como o petista Marcelo Déda (SE) e o ex-ministro Eduardo Campos (PSB-PE) ficarão fora da cerimônia por dificuldades de deslocamento após a posse em seus Estados.
O chanceler e vice-primeiro-ministro da Itália, Massimo D’Alema, será a única autoridade estrangeira presente. O italiano é convidado do presidente e não estará representando seu país. Ele e Lula têm laços de amizade devido à militância de esquerda.
O governo deve gastar pouco mais de R$1,1 milhão na festa. Haverá um show na Praça dos Três Poderes e convidados especiais: parceiros e beneficiários de programas do governo, como Bolsa Família, Pronaf e Luz para Todos.
AGÊNCIA O GLOBO