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 | 15/12/2006 11h54min

Landis pode se beneficar de convênio mundial contra o doping

Colocação em vigor de novas leis atrasariam possível punição ao ciclista

O ciclista norte-americano Floyd Landis, cujo resultado de doping deu positivo por testosterona na última Volta da França, no qual foi ganhador, poderia se beneficiar de um "pacote jurídico" que ameaça adiar as possíveis sanções ao atleta, publica nesta sexta o jornal francês Le Monde.

O problema estaria ligado à entrada em vigor do Convênio Internacional contra o Doping no Esporte, previsto para fevereiro, mas que não foi ratificado pela França.

Este instrumento, o primeiro de caráter mundial na luta contra o doping, foi adotado na Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em outubro de 2005, mas sua entrada em vigor precisa da ratificação de 30 países.

Há poucos dias, Luxemburgo tornou-se o 30º país a incluir o convênio em sua regulamentação jurídica, o que abriu as portas para que o termo entre em vigor em fevereiro.

O convênio estabelece que apenas as federações internacionais têm capacidade de punir ciclistas estrangeiros que tenham resultado positivo para o doping em competições internacionais, como a Volta da França.

As autoridades francesas estariam entre duas frentes: um convênio internacional que estará em vigor em fevereiro e a lei nacional – que, por enquanto, os deputados não conseguiram modificar para incluir o texto da Unesco.

Os parlamentares franceses são contra dois pontos do convênio antidoping da Unesco: as sanções automáticas e a possibilidade de recurso no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

Enquanto isso, as decisões sobre o "caso Landis" estão sendo adiadas por causa de impedimentos nos processos abertos na França e nos Estados Unidos.

Atualmente, a comissão de arbitragem norte-americana rejeitou um recurso apresentado por Landis sobre supostas irregularidades no laboratório francês em Chatenay-Malabry, mas os advogados do ciclista anunciaram que recorrerão da decisão.

No caso francês, o laboratório teve que reconhecer há alguns meses que ocorreu em um erro durante a contraprova, já que a amostra analisada não tinha o número de identificação correspondente a Landis.

Este erro veio à tona por causa de um hacker que conseguiu entrar no servidor do laboratório, uma irregularidade que está sendo investigada.

O teste de Landis deu positivo por presença de testosterona logo depois do final da última Volta da França, mas, por enquanto, o ciclista não perdeu seu título de ganhador em benefício do espanhol Oscar Pereiro, que ficou segundo lugar.

AGÊNCIA EFE

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