| 05/12/2006 14h09min
Que a atual seleção brasileira masculina de vôlei é uma das melhores que já apareceram na história do esporte, ninguém duvida. Nem mesmo os jogadores do time, que sempre procuraram seguir um discurso de humildade. Mas eles não concordam com o apelido de lenda mencionado pelo o técnico da Polônia, Raul Lozano antes da final do Mundial. Para os atletas, ainda falta trabalho para se chegar a este ponto.
– Cada ano que passa a gente escuta que o Brasil não vai mais vencer. Então estamos sempre buscando uma motivação a mais, um nome na história. Se ela for completada nós seremos lendários e isso ninguém vai esquecer. Hoje somos história, depois seremos lenda – comentou o oposto Anderson.
Mas, de acordo com ele, este objetivo vai demorar pelo menos dois anos para ser alcançado.
– Falta muita coisa: um Pan, uma Copa do Mundo, Liga Mundial, tudo. Mas o bi olímpico em Pequim com certeza fecharia os dois ciclos completos – afirmou o atleta.
Melhor jogador do Mundial, Giba concorda com o companheiro de time.
– Acho que esse time está demonstrando ser um dos maiores de todos os tempos – analisou, recorrendo ao passado.
– As décadas do vôlei sempre foram marcadas por algum time. União Soviética, Estados Unidos e Itália já tiveram este espaço. Agora é a nossa vez – garantiu, imaginando que seria fantástico um torneio entre estas equipes.
Mais contido, o líbero Escadinha acredita que esta fase é passageira.
– Eu sou meio pé no chão, não me iludo com essas coisas de lenda. Sei que daqui a alguns anos tudo isso vai acabar e todos vão esquecer – ressaltou o jogador, que por outro lado fez questão de exaltar a atual equipe.
– Pode ser lenda pelos títulos que conquistou, pois não é fácil se manter no topo. Daí, o reconhecimento é natural – explicou.
O levantador reserva Marcelinho tem opinião semelhante.
– Não existe equipe imbatível. Nós perdemos para a França, por exemplo. O que esse time mostra é que nos momentos difíceis a gente pega forças não sabe da onde. Acho que o próprio Bernardinho não acredita de onde a gente tira forças. Esse grupo é incrível por isso – comemorou.
GAZETA PRESS