| 04/12/2006 11h03min
O roupeiro Gentil Passos, 50 anos, 32 deles dedicados ao Inter, passou o domingo trabalhando ao lado do colega Isamel Silva, na preparação do material esportivo que o Colorado levará ao Japão, na busca do título mais importante do clube. No total, o time terá 1,2 tonelada de bagagem em 40 malotes para a viagem.
Gentil será o integrante mais veterano da delegação no Japão. Desde 1974, ele esteve presente em todas as decisões do Inter. Começou como auxiliar do lendário Antônio Rosa da Silva, de quem herdou o ofício de roupeiro. De todos os funcionários que estiveram no Morumbi e no Beira-Rio em agosto deste ano, na decisão da Libertadores, apenas um experimentava uma segunda chance. Gentil estava no vestiário em 1980, quando a longa espera pelo título da América foi deflagrada – pelo menos do ponto de vista emocional, na derrota para o Nacional, do Uruguai.
– Já fiz embarques para todos os lugares que tu podes imaginar, pelo mundo todo. Mas não lembro de nenhum como este – resume Gentil.
Além de uniforme de jogo, há ternos para os eventos oficiais. Uma rápida análise do material que o Inter levará ao Japão é o suficiente para compreender o testemunho do mais antigo integrante da delegação de 45 pessoas. Além dos uniformes de treino e jogo para temperaturas frias e quentes, a solenidade do momento incluiu terno e gravata para todos, produzidos pela Homem Company. São vários conjuntos para cada jogador e integrante da comissão técnica.
– Tudo para 15 dias de viagem – ressalta Gentil.
Para as diferentes solenidades oficiais no Japão, onde trocas de presentes são regra seculares da boa educação, o presidente Fernando Carvalho decidiu levar esculturas de motivos gaúchos em bronze e pedras preciosas como peças decorativas. Como cada malote, de acordo com normas da Infraero, não pode exceder 30 quilos, Gentil e sua equipe encheram 40 deles ontem.
– Agora é só ir para casa, almoçar e descansar um pouco – suspirava Gentil lá pelas 17h. Não sem antes uma última frase:
– Mas se for para ser campeão mundial, a gente repete a dose.
DIOGO OLIVIER / ZH