| 20/11/2006 11h41min
Moradores da província argentina de Entre Ríos decidiram bloquear a partir de amanhã uma passagem fronteiriça com o Uruguai, em rejeição ao possível crédito do Banco Mundial à empresa finlandesa Botnia para a construção de uma fábrica de celulose nesse país.
Milhares de habitantes da cidade argentina de Gualeguaychú resolveram iniciar o bloqueio "por tempo indeterminado" durante uma assembléia no Puente Internacional San Martín, que une a localidade com a uruguaia Fray Bentos, onde a Botnia constrói uma fábrica de celulose à beira do rio Uruguai, limite natural entre ambos os países.
Por causa da reunião da Assembléia Ambiental de Gualeguaychú, a passagem fronteiriça – uma das três que ligam a Argentina ao Uruguai – foi bloqueada por mais de quatro horas.
Um grupo de participantes da assembléia, que considera que a fábrica de celulose é prejudicial para o meio ambiente, permanecerá esta noite na estrada que leva à passagem, e partir desta segunda, às 14h (15h em Brasília), iniciará o bloqueio.
– Queremos mostrar ao Banco Mundial nossa desaprovação ao empréstimo que pode ser feito pela Botnia e que vai gerar um prejuízo enorme – disse à Efe a secretária da assembléia, Marta Gorosperrazu.
Tanto os participantes da assembléia como o governo argentino acreditam que a entidade financeira finalmente dará o empréstimo à empresa, para que ela conclua a fábrica de celulose.
O governador da província de Entre Ríos, Jorge Busti, afirmou que "o lobby da Botnia é muito forte", além de dizer que não se surpreende (com esta decisão), "porque o Banco Mundial já financiou guerras".
O projeto de construção desta fábrica de celulose gerou o pior conflito das últimas décadas entre a Argentina, que considera que a empresa contaminará o meio ambiente, e o Uruguai, que rejeita essa possibilidade.
AGÊNCIA EFE