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Uma comissão formada por 30 funcionários do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) entregou na tarde desta quinta-feira, dia 5, um abaixo-assinado, com cerca de 2 mil assinaturas, à direção do Sindicato dos Bancários de Santa Catarina.
A medida foi um protesto contra a ação do Sindicato dos Bancários, que se recusa a homologar o Plano de Demissão Incentivada (PDI) proposto e aceito por 1,5 mil funcionários do Besc.
A entrega do documento teve momentos tensos. Os fotógrafos e cinegrafistas que estiveram no local foram inicialmente impedidos de registrar a entrega do documento. Após reunião a portas fechadas, o sindicato permitiu a participação dos profissionais.
– Queremos o direito de fazer uma assembléia para decidirmos sobre o acordo coletivo de trabalho para obter a liberação do PDI – afirmou Laércio Luiz Moser, funcionário com mais de 30 anos de carreira no Besc.
Não é de hoje que o Besc enfrenta percalços com o PDI. Em junho deste ano, a diretoria confirmou a saída de 1,5 mil funcionários. Dois dias depois, o PDI foi adiado por determinação do Banco Central, que suspendeu a assembléia dos acionistas que deveria autorizar o dinheiro a ser usado nas indenizações dos trabalhadores.
A pedido do Ministério Público, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que o PDI só poderia ser aplicado aos trabalhadores ligados às bases sindicais que homologaram o plano, o que reduziu o número de demissões de 1,5 mil para 170.
Em agosto começou, enfim, o PDI. No primeiro dia, foram dispensados 17 empregados em Canoinhas, Major Vieira, Três Barras, Irineópolis e Porto União, no Norte. Os outros 1.323 terão que esperar autorização da Justiça.
São estes funcionários que estão irritados com a atitude do Sindicato dos Bancários, que alega não ter participado da audiência que definiu os acordos coletivos. Por conta disso, os funcionários do Besc decidiram partir para a ofensiva.
– Com a entrega do abaixo-assinado, o sindicato tem um prazo legal de cinco dias para se manifestar. Os bancários querem uma assembléia para decidir pela aprovação do PDI. Queremos saber por que o sindicato é contra o PDI já que todos nós somos a favor – disse Moser.
SÉRGIO KRASELIS / DIÁRIO CATARINENSE