| 23/10/2006 21h55min
As ginastas brasileiras que melhor representaram o país no Mundial de Ginástica Artística, disputado na cidade dinamarquesa de Aarhus, na semana passada, desembarcaram nesta segunda à tarde em São Paulo com ideais parecidos: passado o torneio, a esperança é de evolução para a disputa da final da Copa do Mundo, nos dias 15 e 16 de dezembro, também em São Paulo.
Daiane dos Santos e Laís Souza alinharam o discurso na volta e prometeram concentração nos treinos das próximas semanas para entrar de vez na briga por medalhas diante da torcida. Na Dinamarca, apesar de bons desempenhos tanto na classificação como na final do solo, Daiane terminou com a quarta colocação e Laís foi a oitava.
As duas tiveram na competição o primeiro grande teste sob o novo código de notas e admitiram certo estranhamento. O que ficou claro, porém, é que a tática muda daqui para frente. E sem grandes segredos.
– Para chegar na medalha tem que evoluir nas acrobacias, colocar séries mais difíceis para sair com nota de partida mais alta. É assim que se briga – garantiu Laís.
Daiane corroborou as palavras da companheira de quarto durante a semana em Aarhus. Mais experiente em competições internacionais, a gaúcha garantiu ter entendido a fórmula da arbitragem e disse que para voltar a subir no lugar mais alto do pódio precisa exatamente incrementar as apresentações.
– Deu para ver que ter a nota de partida alta é mais importante. É verdade que os juízes estão mais rigorosos, metendo a caneta, tirando cada pontinho e está cada vez mais difícil. Mas agora você vê quem é melhor mesmo, vê que precisa fazer elementos mais difíceis, com maior perfeição.
Daiane viveu altos e baixos na semana anterior. Após apresentação fraca na primeira fase, com alguns erros, passou para a final em oitavo lugar, ciente que deveria melhorar para a final. E foi o que conseguiu no último sábado, quando subiu em mais de 0,3 sua nota inicial e por apenas 0,025 não conseguiu o bronze.
Justamente pela evolução rápida, ela mantém a esperança para o torneio em São Paulo, já que também estará mais treinada e quente após ter passado quase cinco meses sem disputar competições oficiais.
– Não posso prometer, mas só falo que melhorei em menos de uma semana e com trabalho e treino forte sei que posso evoluir ainda mais – apostou.
– Lá (na Dinamarca), tive uma nota de partida boa, mas pequei na execução. Então, acho que a expectativa em cima disso é a melhor possível para representar bem nosso país. Aqui vamos poder sentir o calor da torcida. No Brasil isso sempre conta muito – explicou Daiane, campeã mundial no solo em 2003.
Para manter o alto nível e ainda lutar por medalhas, porém, tanto Daiane como todas as brasileiras precisarão superar novas rivais, caso da italiana Vanessa Ferrari, melhor do mundo no individual e bronze em dois aparelhos.
– Temos uma nova concorrente. Ela (Ferrari) é superboa e apareceu agora, tem só 15 anos – concluiu.