O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou nesta terça direito de resposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, no horário eleitoral de seu adversário, Geraldo Alckmin, do PSDB. Por unanimidade, os ministros da corte consideraram que Lula não foi ofendido por um filmete em que os tucanos cobraram do governo uma explicação sobre a origem do dinheiro apreendido com petistas. Os recursos seriam utilizados para comprar um dossiê contra políticos do PSDB.

O programa dos tucanos foi ao ar no último dia 12. Trata-se de uma inserção de quinze segundos com o seguinte texto:

– Faz 27 dias que o governo Lula não diz de onde veio o dinheiro que seria usado para comprar o falso dossiê contra Alckmin.

Os advogados de Lula argumentaram que o presidente da República não pode ser responsabilizado pelas investigações da Polícia Federal. A resposta para o mistério do dinheiro deveria ser cobrada, portanto, da polícia.

Entretanto, os ministros do TSE concordaram que, se a Polícia Federal é a responsável pela investigação, não há problemas em cobrar uma resposta do governo, já que a instituição é parte integrante da administração pública.

– Há uma série de providências e respostas que não são diretamente da competência do presidente da República. Quando se indaga que tal agente da administração não cumpriu sua função e se atribui ao governo, vejo mera crítica. A autoridade competente a dar a resposta faz parte do governo. No campo da disputa política eleitoral, acho que isso é totalmente lícito – argumentou o ministro Cezar Peluso.