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 | 09/10/2006 07h23min

Olívio defende menos ICMS para básicos e mais para luxo

Petista criticou guerra fiscal: “tudo o que tem nome de guerra não faz bem”

O candidato ao governo do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (PT) afirmou hoje que é contra a guerra fiscal, mas que defende a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos essenciais à população, com compensação em um aumento no imposto sobre itens de luxo. O candidato citou, como exemplo, caviar e barcos. Olívio falou em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta segunda.

– Tudo o que tiver esse nome de guerra não faz bem. Guerra é uma coisa que nós não queremos, queremos a paz – afirmou, explicando que defenderá um ICMS seletivo e criticando o que chamou de tarifaço do governo atual.

– O melhor investimento que se faz para atrair outros investimentos produtivos é na infra-estrutura. Se faz um jogo de aparências que os problemas (das áreas que recebem as empresas) serão resolvidos, mas eles só são jogados mais para a frente.

Sobre a questão das estradas, Olívio deixou claro que não permitirá novos pedágios no Estado. Ele disse que os atuais estão muito bem amarrados juridicamente, mas que vai lutar junto com o Ministério Público para diminuir tarifas e evitar novas praças. Ele acredita que, com os recursos federais como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), cobrada nos combustíveis, e com parcerias com os governos dos municípios, é possível investir na recuperação e construção de vias sem recorrer a pedágios.

– Acho que é possível e deve ser obrigação do Estado – afirmou.

Segundo ele, a questão do transporte também deve ser resolvida com mais investimentos em infra-estrutura e a utilização de outros meios, como o trensurb e portos.

Sobre o desempenho do governo federal no setor agropecuário, apontado como causa da votação ruim do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio Grande do Sul, Olívio afirmou que foram feitos vários investimentos, e que é preciso que as linhas de financiamento sejam liberadas rapidamente.

– Tem coisas que precisam ser azeitadas – disse, afirmando que o governo federal e o estadual irão aperfeiçoar o apoio aos agricultores.

– Lula foi bem, não fugiu sobre o debate sobre ética – defendeu o candidato petista, sobre o debate ontem entre o presidente e o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB).

Ele afirmou que não acredita que a campanha ao Piratini terá aumento de ataques como aconteceu na corrida presidencial. Olívio disse que pretende centrar os debates e programas sobre projetos de governo.

O candidato afirmou que o Estado precisa resgatar o pagamento dos precatórios.

– Por trás de cada precatório tem um drama, tem uma família – afirmou, dizendo que na sua gestão ele pagou mais precatórios que no governo atual.

Olívio afirmou que preferia pagar primeiro as dívidas com os credores mais pobres, mas que isso é definido pela Justiça. Sobre o fundo criado pelo governo de Germano Rigotto, o petista disse temer esse tipo de ação porque depois os governos “raspam” o fundo para outros pagamentos que não os de precatórios.

– Temos que mexer na dívida, na receita e nas despesas para garantir esse pagamento – defendeu.

Uma ouvinte da rádio perguntou sobre como Olívio pagaria o 13º salário dos servidores, que nos últimos anos têm sido pagos por meio de empréstimos. O candidato disse que pretende recuperar aos poucos a máquina, mas que terá que analisar detalhadamente o orçamento, para poder mexer no necessário.

– Não dá para ter uma saída mágica.

Olívio Dutra também afirmou que pretende cortar despesas e chamar servidores aprovados em concurso, reduzindo cargos de confiança e valorizando o funcionalismo de carreira.

– Em saúde, segurança e educação o principal investimento é em pessoas.

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