| 09/10/2006 07h20min
As declarações do vice de Yeda Crusius (PSDB) devem polemizar a votação do PMDB hoje sobre qual posição o partido vai adotar no segundo turno. O encontro ocorre às 14h, no Centro de Eventos Casa do Gaúcho do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre. Embora a tendência da maioria aponte a união do PMDB à coligação da tucana, as palavras de Paulo Feijó (PFL) podem alimentar correntes que defendem a neutralidade.
– O grau de revolta é grande. Antes mesmo da nossa decisão ele está falando mal, agredindo um dos melhores quadros do partido. Então o que vamos esperar deles? – desabafou o secretário-geral do PMDB, Rospide Neto.
Desde a publicação da reportagem, a cúpula do PMDB recebeu dezenas de telefonemas de líderes do Interior questionando a posição de Feijó. Seriam os peemedebistas das coordenadorias do Interior os mais reticentes a uma aliança com Yeda e Alckmin, especialmente por particularidades políticas locais. A coordenadoria do PMDB do Alto Uruguai, que envolve 32 municípios próximos a Erechim, é um exemplo. Vai defender a liberação dos filiados no segundo turno, afirmou a representante, Ana Oliveira.
Ainda assim, o apoio a Yeda - que já havia sido anunciado na semana passada pelo partido - deve prevalecer, afirmam os deputados federais Darcísio Perondi, Eliseu Padilha, e Mendes Ribeiro Filho. Perondi argumenta que, das 33 regionais do PMDB no Estado, 25 teriam garantido voto.
– Antes de mais nada, o PMDB gaúcho é antipetista. O Rio Grande do Sul não aceita neutralidade – defendeu Perondi.
Os deputados estaduais Márcio Biolchi Filho e Maria Helena Sartori também avaliam que a adesão à chapa de Yeda está garantida. Mas não será sem discussão, alerta a deputada.
– A dificuldade não está entre os líderes, mas entre os militantes que não assimilam com facilidade como o Mario Bernd (candidato ao Senado pela coligação de Yeda) se pronunciou sobre o Simon durante a campanha – disse.
O prefeito de Rio Grande, Janir Branco (PMDB), avisou que não participará da reunião por não ter condições psicológicas. O motivo seria a repercussão causada pela afirmação (em matéria publicada por Zero Hora no domingo) de que Branco teria feito campanha pela tucana já desde o primeiro turno. O prefeito nega. Afirma ter pedido votos apenas para Geraldo Alckmin.
ZERO HORA