| 04/10/2006 10h23min
O luto de Germano Rigotto (PMDB) com o óbito de seu plano de reeleição não cessa. Passados dois dias da surpreendente derrota nas urnas, o governador continuava ontem abatido, com a sensibilidade à flor da pele. E silencioso.
Oito amigos de longa data ouvidos pela Agência RBS dizem que o silêncio é a maior prova do abatimento do peemedebista sempre falante. Para tentar reerguê-lo, uma rede de solidariedade formou-se. Somente na manhã de ontem, em Porto Alegre, onde está desde a derrota de domingo, Rigotto recebeu, em casa, pelo menos 200 telegramas e cartas, além de flores. Sua caixa postal também está abarrotada de e-mails reconfortantes.
Entre as dezenas de manifestações de carinho, a que mais mexeu com Rigotto foi protagonizada por uma mãe e duas crianças de oito e 12 anos, respectivamente. Na noite de segunda-feira, levaram um arranjo de flores com um cartão agradecendo o trabalho desenvolvido pelo governador e com votos de sucesso. O gesto levou Rigotto às
lágrimas, como vem ocorrendo
seguidamente. Ao comentar o ato da mãe e dos filhos, ontem, voltou a chorar.
O governador tem evitado atender aos telefonemas de amigos, mesmo os mais íntimos, tarefa que a mulher, Claudia, assumiu.
– Está sendo muito difícil para Rigotto suportar a dor. Queira ou não, as campanhas se baseiam em pesquisas, e ele estava liderando todas. Mas aos poucos as manifestações de carinho estão ajudando a superar essa fase. Os telefonemas vêm do Brasil inteiro, de políticos e amigos – revela um assessor que acompanha diariamente o governador.
– Ele não consegue compreender como algumas coisas aconteceram. Está difícil de ele assimilar essa derrota, e a gente deve respeitar o silêncio – conta uma amiga que freqüenta a casa do governador e trabalhou em todas as campanhas dos últimos 15 anos.
Em resumo, dizem os amigos, nem quando Rigotto perdeu as eleições para a prefeitura de Caxias, em 1996, para seu primo e adversário, o ex-prefeito
petista Pepe Vargas, o abatimento foi
tamanho.