| 03/10/2006 18h24min
O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), partiu nesta terça-feira para o ataque contra a oposição. O deputado subiu o tom do discurso, afirmando que, se o tucano Geraldo Alckmin for eleito, o país vai voltar a enfrentar privatizações desnecessárias, congelamento de salários dos servidores públicos e o desmonte da administração pública, o que ele classificou de risco Alckmin.
– Será que o servidor público vai querer o desmonte do Estado? Votar no Alckmin é viver o congelamento dos salários, a venda da Caixa Econômica para o Banco do Brasil, a estagnação da universidade. O risco Alckmin é violento e tem gente que não está se dando conta disso – disse Fontana.
Perguntado se não estaria utilizando um recurso que foi usado contra o PT em 2002 e que ele próprio condenou, Fontana disse:
– Vou subir o tom porque cansei de ouvir tucanos e pefelista, cujo os partidos estão envolvidos até a medula na corrupção, dizerem absurdos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vamos subir o tom e relembrar coisa para que Alckmin não fique por ai tomando cafezinho. Ele vai ter que se explicar – afirmou Fontana.
O líder disse esperar o retorno do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aos palanques com Alckmin.
– Espero ver o Fernando Henrique ao lado do Alckmin nos comícios, para cobrar porque o PSDB e o PFL não acabaram com a máfia dos sanguessugas no governo deles – disse o líder.
Questionado como o PT reagiria aos ataques que ligam o presidente Lula ao escândalo do dossiê, Fontana disse que é injusto cobrar qualquer ligação do presidente com este episódio.
– Pode bater no dossiê. Foi uma ilegalidade, mas não foi todo o PT que cometeu. É injusto cobrar do presidente Lula o que não está ao alcance dele. O presidente Lula é o presidente que mais deu força para a Polícia Federal e garantiu o ambiente de investigação como nunca ocorreu no país – disse Fontana.
Para o líder, os eleitores de Heloísa Helena e Cristovam Buarque irão votar em Lula e não em Alckmin.
– Boa parte do eleitoral da Heloísa e do Cristovam tem mais afinidade com o presidente Lula. A metade do eleitorado deles tem uma visão progressista programática à esquerda e não vai votar em um projeto neoliberal do Alckmin – disse o líder.
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