| 03/10/2006 08h56min
A linha que vai unir os partidos em torno dos nomes de Yeda Crusius (PSDB) e Olívio Dutra (PT) promete ganhar um reforço nos próximos dias. Até sexta-feira, tucanos e petistas devem acelerar a pressão em torno das legendas que ficaram de fora da disputa pelo governo. O que deverá exigir mais habilidade de conquista é o PMDB.
Partido do governador Germano Rigotto,
terceiro colocado, o PMDB é a legenda que mais tem votos na mira dos postulantes ao Piratini. Coligado com o PTB, Rigotto conquistou 1.679.902 votos. Foi cerca de 1,2 milhão a mais que Francisco Turra (PP), quarto colocado,
que já indicou que o partido deve
apoiar a tucana Yeda. A expectativa, segundo o secretário-geral do PMDB, Rospide Neto, é de que a sigla mantenha a neutralidade.
– Pela direção do partido, a tendência é liberar o voto para os integrantes e nos manter na oposição ao governo que vai começar – disse.
Ontem, o presidente estadual do PMDB, senador reeleito Pedro Simon, preferiu não falar sobre possíveis acertos. Apoiadores de Rigotto também afirmaram que o governador se nega a comentar o assunto, pelo menos por enquanto. O diretório do partido ainda não tem data para se reunir e discutir o tema.
No PTB, a situação promete ser definida até o fim da semana. O presidente do partido, Elói Guimarães, já manifestou que
tem interesse de que a sigla apóie Yeda. O senador
Sérgio Zambiasi, principal nome do partido e que puxou o PTB para o lado de Rigotto, preferiu não se manifestar.
Guimarães não perdeu a chance de alfinetar a neutralidade de Rigotto e do PMDB, que não apoiou nenhum candidato à Presidência no primeiro turno.
– Ele (Rigotto) deveria ter arrancado o Alckmin das mãos da Yeda. Deveria ter uma posição. Ele perdeu pontos por não ter candidato à Presidência. Parece que essa indefinição não agradou ao eleitorado – disse Guimarães.
Na sede do PDT, o candidato derrotado Alceu Collares e integrantes do diretório não chegaram a um acordo numa reunião que entrou pela noite. Enquanto alguns querem apoiar Yeda, outro grupo defende a neutralidade.
– Defendo que partido que se preze tem de tomar uma posição – afirmou Collares.
Os deputados reeleitos Giovani Cherini e Pompeo de Mattos querem neutralidade.
– O PDT tem de liberar o voto para depois não ficar lambendo as feridas dos outros. Olha o exemplo do que aconteceu há quatro anos – disse Pompeo, relembrando o apoio dado ao governador Rigotto.
Enquanto o PDT está indefinido, o PSB não tem esse problema. O partido deverá sacramentar até o final da semana o apoio a Olívio.
– Não tem como tapar o sol com a peneira. Com a Yeda, não iremos – afirmou o presidente estadual da sigla, Caleb de Oliveira.