| 02/10/2006 19h56min
Um simpósio realizado nesta segunda reuniu em Lausanne, na Suíça, atletas e membros da Agência Mundial Antidoping (WADA), que discutiram novas medidas para aumentar o rigor nas punições por uso de substâncias ilegais. Entre as idéias apontadas estão aumentar o tempo da suspensão e o valor em dinheiro pago pelos condenados.
Pelo lado dos atletas, quem se pronunciou a favor de medidas mais severas foi a velocista Debbie Ferguson, de Bahamas.
– Dois anos de suspensão não é o suficiente. O potencial de perder dois Mundiais e as Olimpíadas e de estar quatro anos mais velho quando voltar às competições são conseqüências que mexeriam com o atleta – disse Ferguson.
Pelo lado da WADA, a idéia foi vista com bons olhos, mas ainda é cedo para afirmar se elas entrarão em vigor nos próximos anos. Quem garante é o vice-presidente da entidade, Arne Ljungqvist.
–Se vamos colocar para três ou quatro anos, ainda precisamos discutir”, apontou, citando ainda que os quatro anos poderiam vir apenas para casos especiais.
O curioso é que os atletas vêm agora com proposta semelhante à que foi oferecida em 1997 pela própria WADA. Naquela ocasião, países europeus, Japão e Brasil foram contra os quatro anos.
– Ela foi rechaçada e perdemos algumas vezes nos tribunais. Então tivemos que voltar atrás – concluiu Ljungqvist.
Outro ponto abordado foi a punição em dinheiro. Assim como Ferguson, outra atleta, Stephane Diagana, também pediu maior controle e fez até comparações.
– Atualmente, um atleta que se dopa é como um ladrão pequeno, que só é recomendado a não repetir o erro. E quase nunca ele tem que devolver o que roubou. E mais um problema está com os atletas que são prejudicados. Ele deveriam ter o direito de processar quem se dopa ou então recuperar algum prêmio ou ranking perdido para o outro. Há no momento uma longa lista de atletas que se sentem prejudicados por esses trapaceiros e não há nenhuma lei que os proteja – disse Diagana.
GAZETA PRESS