| 02/10/2006 16h54min
O jogador alemão Gerald Asamoah se mostrou preocupado pelos insultos racistas recebidos em uma partida de sua equipe, o Schalke 04, e disse que incidentes desse tipo mancham a boa imagem deixada pelo Mundial da Alemanha. Segundo o atleta, o povo está indignado:
– Tive que tranqüilizar meu pai. Os gritos de 'macaco' fazem com que algumas pessoas na África voltem a ter a imagem que tinham da Alemanha antes do Mundial – disse o jogador.
Asamoah sofreu os insultos em uma partida válida pela Copa da Alemanha, em 9 de setembro, contra o Hansa Rostock. O atleta, de 27 anos, é um dos jogadores negros da seleção alemã, adverte que fatos como este mancham a boa imagem deixada pelo Mundial, no qual não foram registrados incidentes racistas.
O jogador afirmou que se fatos semelhantes ocorrerem durante partidas da seleção, "seria sem sentido voltar a jogar pela Alemanha". A equipe disputará, no próximo dia 7, um amistoso contra a Geórgia. Asamoah não foi relacionado para a partida, devido à grave lesão sofrida na semana passada.
O jogador do Schalke 04 declarou já ter sofrido muito com o racismo no passado, assim como sua esposa e sua família. Conforme ele, os incidentes não voltaram a se repetir desde que se tornou famoso.
– Agora entro em todos os lugares, mas sei que isso só ocorre porque sou o famoso senhor Asamoah. Outros negros não têm essa sorte – afirmou.
Os insultos a Asamoah foram punidos pela Federação Alemã de Futebol (DFB) com uma multa de 20 mil euros ao Hansa Rostock. A DFB puniu ainda, também por racismo, o Alemannia Aachen e o Borussia Moenchenglabach, por ofensas de suas respectivas torcidas a jogadores rivais.
O Alemannia Aachen foi multado em 50 mil euros pelos gritos contra o brasileiro Kahê, enquanto o Borussia foi obrigado a pagar 19 mil euros, pelas ofensas a Moses Sichone, da Zâmbia.
AGÊNCIA EFE