| 21/09/2006 12h32min
O novo coordenador nacional da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, não acredita que o envolvimento de petistas na compra de dossiês contra tucanos tenha impacto na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem ampla vantagem sobre os adversários nas pesquisas de intenção de voto. Segundo Marco Aurélio, houve uma operação isolada que não cola nem em Lula nem no PT.
– Isso não cola no Lula, nem no PT. Toda medição que temos indica que não vai ter impacto. O eleitorado brasileiro é maduro e repudia esse episódio como nós repudiamos – disse.
Marco Aurélio admitiu que houve a operação e disse que cabe à Polícia Federal investigar. Segundo ele, porém, foi uma iniciativa isolada que não partiu do PT. Indagado se o dinheiro que seria usado para comprar o dossiê poderia vir de ONGs que recebem recursos federais, o novo coordenador da campanha de Lula respondeu:
– Essa pergunta deve ser encaminhada à PF, que é quem vai esclarecer de onde veio o conteúdo do dossiê e tudo mais – disse.
Marco Aurélio perdeu a paciência quando os repórteres falaram sobre uma comparação que teria sido feita pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, entre o escândalo dos dossiês e o caso watergate, que derrubou o presidente americano Richard Nixon:
– Não cabe a qualquer um dos poderes dar esse tipo de depoimento. Esse tipo de declaração qualitativa. Foi uma declaração impressionista. No mínimo, exagerada. Para não dizer que tem conotação partidária.
O coordenador deu um grito ao ser perguntado se estava acusando o presidente do TSE de assumir posições partidárias:
– Eu não disse isso. Não estou dizendo nada. Só digo que não me parece que caiba que qualquer chefe de poder faça uma análise de caráter qualitativo como essa.
AGÊNCIA O GLOBO