| 19/09/2006 17h58min
Com exceção de Gustavo Kuerten, os outros brasileiros que entrarão em quadra a partir desta sexta-feira, pela repescagem da Copa Davis, são desconhecidos da equipe sueca, que chega ao país com a missão de voltar à elite do tênis mundial em 2007 após tropeço na primeira fase deste ano para a Argentina, em Buenos Aires, por 5 a 0.
Nesta terça-feira, na entrevista coletiva na Expominas, em Belo Horioznte, o capitão Mats Wilander até afirmou conhecer o grupo, atitude que não foi compartilhada pelo principal nome do país, Robin Soderling. Para o 35º do mundo, Guga ainda é a referência, mas nomes como Ricardo Mello, André Sá e Marcos Daniel, os outros convocados, não estão no rol dos seus 'conhecidos'.
– Realmente não sei muito sobre a equipe brasileira. Claro que sei sobre o Guga, conheço bastante a carreira dele. Joguei com o Saretta só uma vez. Mas sei que o Brasil tem uma grande equipe – admitiu Soderling, que venceu Saretta na grama de Nottingham, em 2004, em situação bastante diferente da que vai encontrar agora em Belo Horizonte.
Já Wilander fez questão de mostrar mais conhecimento e lembrou do confronto de 2003, na Suécia, vencido pelos donos da casa por 3 a 2, quando já era o capitão. Naquela ocasião, Guga conquistou os pontos em simples, contra Vinciguerra, e nas duplas, mas perdeu para Bjorkman. No quinto jogo, Saretta entrou no lugar de Sá, mas foi derrotado por Vinciguerra.
– Vi o André Sá jogar na Suécia há quatro anos e outros jogadores também. O Guga, óbvio, né? Sei que é um rival difícil, um time que está sempre com alto astral – destacou o capitão e ex-jogador profissional, que ainda brincou com o fato de o capitão brasileiro manter suspense para o duelo, devendo definir os quatro que jogam apenas uma hora antes do sorteio de quinta-feira.
– Não tenho idéia quem o Meligeni irá escolher. Até perguntei pra ele, mas não me disse – contou, em meio a risos. Wilander ainda relutou a colocar seu time como favorito pelo fato de ter melhores tenistas no ranking da ATP.
– O ranking não significa nada, o que importa mesmo é o time. O trabalho em equipe é o que importa de verdade. Na Davis todos têm que jogar por um país.
Além da tática do suspense citada por Wilander, Meligeni e a equipe brasileira também comemoraram dois fatores que podem influenciar nos jogos. Um deles é o calor, que deve aumentar no final de semana em Minas. O outro é a pressão da torcida na arena montada especialmente para a repescagem da Davis. No entanto, o primeiro foi deles prontamente rechaçado por Soderling.
– O calor é normal nos torneios, já estamos acostumados. Joguei em Miami, em Buenos Aires (contra a Argentina, na primeira rodada deste ano) fez muito calor. Não acredito que traga dificuldades. Viajamos sempre, jogamos em países com climas assim. Não teremos problemas – garantiu o tenista.
Quanto à torcida, pelo menos para o bem-humorado Wilander o mesmo não deve acontecer.
– Não falo português, então não entendo o que a torcida diz. Joguei na Argentina e lá também a torcida é forte. Aqui no Brasil será igual. Vou tampar os ouvidos – brincou.
– Sorte do Brasil ter este incentivo. A gente espera que a torcida compareça e apóie. Acrescenta ao espetáculo.