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 | 12/09/2006 22h47min

Relator diz que acareação com Luiz Vedoin não esclareceu dúvidas

Paulo Otávio pretende ouvir a senadora Serys Slhessarenko

A acareação realizada nesta terça-feira no Conselho de Ética do Senado para apurar o possível envolvimento da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) com a compra superfaturada de ambulâncias por meio de recursos do Orçamento não ajudou a esclarecer as dúvidas do relator do processo, senador Paulo Otávio (PFL-DF).

– Tivemos aqui depoimentos contraditórios. Ficamos na mesma situação. A acareação não esclareceu as dúvidas. As contradições foram muitas. Só com um detector de mentiras para ajudar – disse o senador.

Participaram da acareação o empresário Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam, empresa apontada como intermediadora na venda das ambulâncias, o genro de Darci Vedoin, Ivo Spíndola, e o genro da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), Paulo Roberto Ribeiro. Os três mantiveram na integra as versões dadas ao Conselho de Ética na última semana, onde cada um apresentou uma versão diferente sobre o repasse de recursos.

Luiz Vedoin confirmou que entregou ao genro da senadora R$ 35 mil em espécie na sede da Planam. Paulo Roberto, no entanto, negou ter recebido o dinheiro e afirmou que recebeu um cheque do genro de Darci, Ivo Spíndola, no valor de R$ 37,2 mil, como pagamento de material médico-hospitalar que teria vendido à Planam. Mas o empresário disse não se lembrar do cheque. Admitiu, entretanto, que se ele existir foi dado como pagamento de propina a Paulo Roberto em função de emenda a ser apresentada pela senadora para a compra de ambulâncias. Spíndola também admitiu que o cheque pode ter sido repassado ao genro da senadora.

Os três participantes da acareação afirmaram que nunca trataram da apresentação de emendas com a senadora. Spíndola negou envolvimento político com a sogra e Vedoin disse que nunca foi ao gabinete dela, mas tratou das emendas com Paulo Roberto, confiando que ele levaria o assunto a Serys Slhessarenko.

– Essa acareação mostrou que alguém está mentindo, mas nós não sabemos quem. A contradição foi mantida. Agora vamos atrás de provas materiais para esclarecer os fatos – disse o senador Paulo Otavio, para quem os depoimentos foram frágeis dos dois lados.

AGÊNCIA BRASIL
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