| 31/08/2006 13h21min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, na abertura do 1º Congresso Interamericano de Educação em Direitos Humanos, que não fez tudo o que gostaria de ter feito, mas se esforçará para cumprir seus compromissos. O presidente disse que somente "fatores extraterrestres" o impedirão de cumprir os princípios que o fizeram chegar à Presidência da República.
– Não será por falta de esforço, por falta de lealdade aos princípios que nos fizeram chegar à Presidência. Se a gente não cumprir é porque houve fatores extraterrestres –, disse. No discurso, o presidente chamou de insensíveis os adversários que criticaram a ampliação de seu Ministério com a criação das secretarias de Igualdade Racial, de Políticas para as Mulheres e de Direitos Humanos. – Não houve quem não fizesse críticas de que criamos muitos ministérios, que era preciso diminuir a estrutura do Estado. São pessoas insensíveis que vêem uma nação apenas com os números da macroeconomia. Esquecem que há crianças, que tem velhos –, afirmou Lula, sendo aplaudido pelos presentes. Lula também foi aplaudido quando defendeu a lei que aumenta a pena para homens que agridem suas mulheres. Na cerimônia, o presidente lembrou que propôs a inclusão do combate à fome e à miséria como uma questão de Direitos Humanos, e aproveitou para defender os programas sociais de distribuição de renda do governo, especialmente o Bolsa Família. Ele ressaltou que, quando implantou o Fome Zero, os críticos disseram que o dinheiro deveria ter sido investido em infra-estrutura, especialmente na construção de estradas. – Como se um metro quadrado de asfalto fosse mais importante que a vida de uma mulher, de uma criança. O presidente afirmou que é preciso vencer preconceitos e idéias equivocadas a respeito de Direitos Humanos. Para ele, defender os direitos humanos é defender o cidadão desprotegido contra todo tipo de violência. Lula lembrou que durante muito tempo setores da Igreja Católica eram acusados de defender bandidos, pois os Direitos Humanos eram entendidos como defesa de bandido. Lula também criticou a administração tucana em São Paulo, porque o Estado fez o Prova Brasil, exame que avalia a quarta e oitava séries do primeiro grau, por amostragem, e não com todos os alunos, como nos demais Estados. – São Paulo não participou possivelmente com medo que a gente detectasse que a propaganda da qualidade não era a que eles diziam ter –, disse. Lula voltou a reclamar da Justiça Eleitoral, que não permitiu que o governo colocasse cartazes da Olimpíada de Matemática nas escolas públicas. E voltou a defender melhoras das condições de trabalho e salariais dos professores, mas, em contrapartida, cobrou mais qualificação. AGÊNCIA GLOBO