| 29/08/2006 10h25min
O ex-governador de São Paulo e candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin, rejeitou ontem, em entrevista ao Jornal da Globo, a proposta de do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a criação de uma constituinte exclusiva para a reforma política. Alckmin disse que a reforma pode melhorar a governabilidade, mas que não é a solução para a corrupção.
– Corrupção não se combate com reforma política, se combate com cadeia –, declarou, classificando de “absurda” a proposta de Lula. – O problema do Brasil não é esse. É de probidade, de impunidade. O candidato tucano também disse que a política econômica do governo Lula é ruim, apesar de freqüentemente ser apontada como uma continuação da desenvolvida no governo Fernando Henrique Cardoso. – É ruim, na medida em que a política fiscal aumenta impostos. O Brasil precisa do contrário. Hoje, o que temos na política fiscal do governo do PT? Aumento de impostos e aumento de gastos. Eu vou fazer o contrário –, afirmou. Perguntado sobre como pretende realizar esta verdadeira mágica, apontou: – Primeiro, a grande despesa do governo é com os juros. Cada 1% da taxa Selic representa R$8, R$9 bilhões. Segundo, custeio. É possível gastar menos e gastar melhor. O candidato apontou como caminhos para a realização de sua proposta um ajuste fiscal, um plano nacional de desenvolvimento e um plano de obras, com o respeito à lei de responsabilidade fiscal. Disse ainda que pretende reduzir todos os impostos, a começar pelo imposto de renda. – Em São Paulo, por exemplo, microempresa não paga imposto. O ex-governador afirmou que foi o governo Fernando Henrique Cardoso que implantou a rede de proteção social, e que o Bolsa Família é tucano. – O Bolsa Família é nosso, porque nasceu com o Bolsa Escola. Os programas são nossos, eles mudaram de nome – garantiu Alckmin, citando o bolsa-alimentação, o programa de erradicação do trabalho infantil e o vale gás. Contudo, Alckmin afirmou que o país não pode viver de programas e que precisa crescer, gerando empregos e renda. Falando sobre a violência, Alkmin fez questão de citar que São Paulo tem três penitenciárias de segurança máxima, e que seu governo fez mais de 70 unidades prisionais. Afirmou que, como presidente, vai enfrentar o problema, que, em sua opinião, alcança todas as grandes cidades brasileiras. O candidato disse que acredita na realização de um segundo turno nas eleições presidenciais. – Nós estamos crescendo, todas as pesquisas indicam. Agora os temas estão se apresentando, a população está mais atenta. Alckmin é um dos fundadores do PSDB. Em março deste ano, o ex-governador ganhou a queda-de-braço com o prefeito José Serra e foi anunciado como candidato do PSDB a presidente da República. O tucano anunciou que vai gastar R$ 85 milhões em sua campanha. AGÊNCIA GLOBO