| 05/08/2002 22h05min
O início do Plano de Dispensa Incentivada (PDI), nesta segunda-feira, dia 5, para 170 funcionários do Besc no Norte do Estado, trouxe nova esperança aos outros 1.330 mapeados para deixar o banco na primeira etapa. Para estes, a ordem é esperar a autorização da Justiça. O presidente do banco, Natalício Pegorini, disse que o recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST) deve ser encaminhado nos próximos dias.
– O importante é que começamos o PDI – disse Pegorini.
Na prática, o banco tem a autorização para dispensar até 400 trabalhadores. Este é o número de funcionários que aderiram ao Plano nas seis bases sindicais que autorizaram o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), fundamental no PDI.
A leva de 170 é a chamada "dispensável" neste momento para que não haja prejuízos ao funcionamentos dos postos e agências. Todos trabalham em pontos de atendimento nas regiões de Joinville, Canoinhas, Mafra, Laguna, Brusque e Porto União. O problema é que nas outras bases sindicais do Estado – que têm grande parte dos funcionários que deixariam o banco – os sindicatos dos bancários não aceitaram as regras do PDI e se negam a homologar as rescisões.
Os sindicalistas e o Ministério Público não aceitam os ACTs que, na avaliação deles, impedem futuras ações na Justiça trabalhista. Na semana passada, o MP barrou as saídas nas cidades onde os próprios funcionários, em assembléias paralelas, aprovaram os ACTs.
O presidente Natalício Pegorini garantiu ontem que, apesar do novo percalço, não vai mudar as regras e retirar o ACT.
– Não posso ir (pagar) sem ter a certeza de que lá na frente surgirão novas despesas – disse.
O caminho é tentar derrubar a liminar no TST. Ele disse que o departamento jurídico do banco só recebeu no final da tarde de sexta-feira a certidão da sentença para, então, iniciar os estudos do recurso.
– Tem que ser algo bem planejado, e não é preciso pressa – lembrou.
NÉIA PAVEI / DIÁRIO CATARINENSE