| 21/08/2006 08h58min
O candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PSDC, Pedro Couto, abriu hoje a série de entrevistas online do clicRBS. Ele afirmou que a prioridade do seu governo é o crescimento econômico, e que quer induzir as empresas gaúchas a dobrarem seu faturamento e, assim, fazer com o que o governo arrecade mais para investir no social. De acordo com ele, isso seria feito principalmente com a redução de impostos.
– Existe muito espaço, principalmente no mercado externo, para aumentarmos o faturamento, mas temos custos não competitivos com outros estados e países. Precisamos modernizar o Estado para poder reduzir impostos e atualizarmos a infra-estrutura. Só conseguiremos dobrar o faturamento das empresas se tivermos portos, estradas, energia e modais eficientes – explicou.
Couto disse, no entanto, que ainda não fechou um índice de redução.
– Estamos estudando o modelo matemático para chegar a essa conclusão. Sabe-se que quando a carga de impostos ultrapassa a capacidade contributiva do cidadão, cai a arrecadação. Temos estudos primários que nos indicam que uma redução de 4% da alíquota pode representar 20% de acréscimo de arrecadação. Precisamos checar isto. Depois de passado o modelo matemático, saberemos qual o ponto de equilíbrio que maximiza a arrecadação.
A entrevista online foi realizada com pela jornalista Sabrina d'Aquino e monitorada por Cláudia Ioschpe. Confira a íntegra:
Pergunta: Qual seria a prioridade número 1 do seu governo? Por quê?
Pedro Couto: Crescimento econômico. Porque só assim agregaremos riqueza à sociedade e recursos para o governo. Minha meta é induzir que todas as empresas dobrem seu faturamento e com isso poderemos, com imposto recolhido, resolver os problemas de saúde, educação e segurança.
Pergunta: E quais seus programas para essa área, especificamente? Como fazer as empresas atingirem o dobro de faturamento em quatro anos?
Pedro Couto: Reduzindo o peso do Estado de forma que nossos produtos fiquem competitivos no mercado interno e externo. Existe muito espaço, principalmente no mercado externo, para aumentarmos o faturamento, mas temos custos não competitivos com outros estados e países. Precisamos modernizar o Estado para poder reduzir impostos e atualizarmos a infra-estrutura. Só conseguiremos dobrar o faturamento das empresas se tivermos portos, estradas, energia e modais eficientes.
Pergunta: Em quanto o senhor estima a redução de impostos estaduais?
Pedro Couto: Estamos estudando o modelo matemático para chegar a essa conclusão. Sabe-se que quando a carga de impostos ultrapassa a capacidade contributiva do cidadão, cai a arrecadação. Temos estudos primários que nos indicam que uma redução de 4% da alíquota pode representar 20% de acréscimo de arrecadação. Precisamos checar isto. Depois de passado o modelo matemático, saberemos qual o ponto de equilíbrio que maximiza a arrecadação.
Pergunta: E, em relação à infra-estrutura, esses investimentos não dependeriam muito do governo federal?
Pedro Couto: Em parte, não vou dizer que não também. Mas grande parcela é estadual. Como estradas vicinais, portos, modais. Sei que tua próxima pergunta será de onde tirar dinheiro para fazer isso. Já respondo que a pressa que temos de viabilizar esses projetos, fatalmente, teremos que contar com recursos que não seja o tesouro. Precisamos ter a infra-estrutura operativa em curtíssimo prazo e a solução é dinheiro de financiamentos externos ou parceria público-privada.
Pergunta: Falando um pouco do PSDC: de que forma a característica cristã do seu partido influenciaria no seu governo?
Pedro Couto:: Essa influência é muito grande, principalmente, por um dos princípios básicos da democracia cristã que é a solidariedade. Não a solidariedade que entendemos como dar um pão a um pedinte, mas a solidariedade na sua visão mais universal que é as pessoas se ajudando. Nosso governo terá essa característica de a sociedade ter ação solidária na ajuda ao governante para as decisões.
Pergunta: Como o senhor pretende atrair mais investimentos para o Estado? Quem terá prioridade: o pequeno, o médio ou o grande investidor? O senhor concorda com incentivos fiscais?
Pedro Couto: Este assunto é bem detalhado em nossa carta ao povo gaúcho, que encontra-se em nosso site www.pedrocouto27.can.br. No tópico incentivos fiscais, mas em resumo, eu penso que deve ser apoiada toda a empresa, independente do tamanho, que queira desenvolver projeto para um horizonte de 20 anos. As empresas que fazem isso, levam em conta muitos fatores para a decisão antes de incentivos fiscais, como localização em relação a mercados, infra-estrutura, educação, capacitação e índole do povo. Empresas que decidem localização com base em incentivos irão embora com a mesma facilidade que vieram. Sou favorável a incentivarmos nossas empresas porque essas estarão aqui em qualquer circunstância. Sou contrário a atrair empresas somente com incentivo fiscal.
Pergunta: O senhor falou também em parcerias público-privadas. O senhor concorda com o modelo atual? Faria alguma alteração?
Pedro Couto: Na minha opinião, como está formatado os PPPs estão com muita dificuldade de operacionalizar. Precisaríamos ajustar alguns pontos para que possa deslanchar os projetos de PPPs.
Pergunta: De que modo o seu governo trataria a questão da segurança pública?
Pedro Couto:A segurança pública precisa sofrer uma profunda modificação, pois é claro, pelos últimos acontecimentos, que não há segurança da população. A primeira coisa, antes de investimentos, precisamos que a polícia, civil e militar, seja respeitada pela sociedade e temida pelos marginais. Para isto ocorrer, precisamos que a polícia seja íntegra e nessa situação receberá de mim todo apoio e suporte para cumprir suas funções. Sem o apoio das chefias, a polícia terá dificuldade de se impor aos bandidos.
Pergunta do internauta: Como aumentar os recursos em saúde, educação e segurança pública e seguir honrando os compromissos com a dívida pública?
Pedro Couto: Aqui precisamos atacar o assunto por dois vetores: o primeiro é equacionar o déficit público para que a despesa caiba dentro da receita. Isto é uma decisão que precisa ser tomada com muita firmeza, pois nada se corrigirá sem isto. O outro vetor é fazermos crescer a receita pelo mecanismo exposto acima de crescimento econômico. Só com entrada de dinheiro novo nos cofres do tesouro conseguiremos alavancar os recursos necessários para que saúde, educação e segurança possam ser melhorados.
Pergunta: Quais os seus planos para os salários dos servidores? Como o senhor pretente agir em relação ao Instituto de Previdência do Estado?
Pedro Couto: Quanto ao salário dos servidores, começaremos por instrumentalizar o Estado com servidores de carreira. Pretendemos reduzir, ao mínimo, a ocupação dos cargos por cargos de comissão. O Estado no meu governo será operacionalizado por servidores de carreira. Isso exigirá, ao longo do tempo, qualificação, treinamento e uma remuneração a altura. Vamos fazer um estudo profundo da folha para conseguirmos, com os servidores, aumentar a eficiência do Estado e poder fazer um plano de carreira que os remunere condignamente. O Instituto de Previdência precisa ter sua área previdenciária suportada por recursos de um fundo e não do tesouro do Estado. Isto precisa ser bem estudado e equacionado para não deixarmos estoques de dívida para o futuro. As novas gerações não merecem assumir o Estado para pagar dívidas que nossa geração, por incompetência, não conseguiu liquidar.
Pergunta: O senhor concorda com a manutenção da reeleição para cargos executivos? Por quê?
Pedro Couto: Sou contra, porque a experiência mostra que havendo o instituto da reeleição o governante não faz um primeiro governo como deve e sim preparando sua reeleição.
Consideração final: Agradeço essa oportunidade. Minhas idéias de gerir o Estado são de um empresário da área privada. Estou convencido que o Estado será mais eficiente se conseguirmos trazer para dentro dele os conceitos empresariais. Pretendo gerir o Estado de forma que a palavra eficiência seja sempre o guia de ação do funcionário, pois ele será checado em todas as atividades para que melhore o desempenho. O Estado, na minha visão, deve ser máximo na prestação de serviço à sociedade e mínimo nos custos desta prestação de serviço. A sociedade gaúcha merece um Estado que lhe seja menos pesado e mais moderno, pois só assim traremos riqueza para nossa gente e melhoria de qualidade de vida para todos os gaúchos.