| 09/08/2006 11h31min
A CPI dos Sanguessugas encerrou a fase de coleta de provas. Agora, a comissão se dedica à conclusão do relatório, de cerca de 1,3 mil páginas, que será apresentado na quinta-feira. Caso não haja pedido de vista, o documento será votado no mesmo dia.
Há ainda, no entanto, divergências entre o presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), e o relator, senador Amir Lando (PMDB-RO). Enquanto Biscaia propõe que o documento peça a abertura de processos de cassação contra pelo menos 75 dos 90 parlamentares suspeitos, Lando não está convicto das evidências de quebra de decoro em alguns casos. — Para mim, o relatório está pronto. Não há dúvidas — disse Biscaia. Segundo Biscaia, as últimas dúvidas foram esclarecidas no depoimento do empresário Luiz Antonio Vedoin, nesta terça-feira. No depoimento, que durou quatro horas, divididas em duas partes, o empresário detalhou a suposta participação de 13 deputados no esquema de fraudes na compra de ambulâncias por prefeituras. – Agora não há mais nenhuma dúvida, mas isso não quer dizer que os parlamentares se envolveram efetivamente com as fraudes – declarou Biscaia. De acordo com o site Globo Online, o sub-relator de sistematização da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que os esclarecimentos prestados nesta terça-feira reforçaram as provas contra alguns parlamentares. – Vedoin foi muito consistente, muito firme. Nas vezes em que detalhou a atuação de um parlamentar, ele demonstrou de forma efetiva a participação no esquema – afirmou Sampaio. Ainda na, a CPI foi informada da decisão do juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal, de retirar o sigilo de todos os documentos sobre a investigação da Máfia das Ambulâncias produzidos pela Polícia Federal e pela própria comissão. A partir de agora, segundo Biscaia, haverá total transparência sobre os documentos recolhidos.