| 03/08/2006 22h23min
Os depoimentos tomados nesta quinta-feira pela sub-relatoria de investigação de parlamentares da CPI dos Sanguessugas não inocentaram nenhum deputado. A informação é do sub-relator José Carlos Aleluia (PFL-BA), que ouviu em uma sessão reservada sete assessores e ex-assessores de parlamentares investigados pela CPI.
– Nenhum depoimento isenta parlamentar – disse Aleluia.
Segundo ele, algumas das declarações foram evasivas e outras acrescentaram informações às investigações. Dois dos ouvidos nesta quinta-feira serão chamados novamente para dar mais explicações: Newton Sabaraense, assessor da deputada Teté Bezerra (PMDB-MT) e Marcelo Cardoso de Carvalho, ex-assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB).
Nesta sexta-feira, os depoimentos serão retomados a partir das 10h. Até a próxima terça-feira, dois dias antes da entrega do relatório preliminar, devem ser ouvidas 29 pessoas.
Aleluia disse ainda que, durante as quatro horas de audiência, nenhum novo nome de parlamentar foi citado. Em um dos depoimentos tomados nesta quinta um assessor confirmou ter entregue para um deputado dinheiro vindo da "máfia das ambulâncias".
– Foi um depoimento muito digno, que me deixou bastante impressionado – afirmou o deputado.
Em outro, o assessor admitiu que recursos de emenda parlamentar foram repassados para uma organização não governamental (ONG) que comprou uma ambulância para emprestar para uma prefeitura.
– Isso é muito grave. Temos de mudar a forma como o orçamento é feito – assegurou Aleluia.
O relator da CPI dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), disse nesta quinta-feira que somente o plenário da comissão pode decidir se o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) será ouvido em depoimento.
Suassuna tentou ser ouvido nesta quinta-feira pela sub-relatoria, mas Aleluia argumentou que não tinha poderes para tomar seu depoimento. O senador disse que entregou no dia 5 de junho a sua defesa à CPI e que, desde então, aguarda um convite ou convocação.
AGÊNCIA O GLOBO