| 03/08/2006 21h27min
Responsáveis pela defesa do Grêmio, os advogados Carlos Josias e Juliano Ferrer tentarão adiar o julgamento desta sexta no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O clube corre o risco de perder o mando de campo por até 10 jogos no Campeonato Brasileiro por causa dos distúrbios do último Gre-Nal.
O departamento jurídico do clube alega que teve pouco tempo para preparar a defesa. Mas, admitindo o alto risco de uma condenação, a intenção é garantir a realização das duas próximas partidas do Grêmio na competição – contra Juventude (5/8) e Atlético-PR (13/8) – dentro do Estádio Olímpico.
Prevendo a denúncia no STJD, a defesa do Grêmio vem sendo preparada desde domingo. Nos últimos dias, os advogados do clube trabalharam intensamente colhendo depoimentos, material fotográfico e filmagens com a intenção de provar que o clube não teve responsabilidade no tumulto ocorrido no Beira-Rio.
A tese será fundamentada com os argumentos de que o Grêmio fez uma campanha para coibir a violência no clássico, bem como procurou identificar o punir os torcedores envolvidos na confusão. A expectativa é boa, apesar do teor forte da denúncia. Mas existe o temor de um julgamento político. O Grêmio teme servir de bode-expiatório no combate à violência nos estádios brasileiros.
– Se o tribunal aplicar qualquer tipo de pena, ela será obviamente de natureza política. O tribunal está pressionado, e prova disso é que o julgamento foi marcado em tempo recorde – disse Carlos Josias.
O Grêmio foi incurso no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê como punição a perda de mando de uma a 10 partidas, além de pagamento de multa de R$ 10 a R$ 200 mil. Caso seja condenado, o tricolor terá de mandar seus jogos com os portões fechados e em estádios com capacidade superior a 15 mil espectadores. O da Ulbra, em Canoas, e da PUC, em Porto Alegre, as principais alternativas para o caso de suspensão, estão descartados, portanto.