| 03/08/2006 15h39min
O esquema de fraudes na Saúde que envolvia a compra de ambulâncias em diversos municípios do país também desviava dinheiro público por meio de recursos extra-orçamentários, segundo relatou o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin na Polícia Federal hoje. A informação foi divulgada em relato do deputado Julio Delgado (PSB-MG), que acompanhou o depoimento.
– Luis Antônio (Vedoin) deixa claro que, independente das emendas que ele trabalhava, que eram emendas de parlamentares, muito mais recurso se esvaiu por meio de recursos extra-orçamentários – disse Delgado. Segundo o deputado, era mais vantajoso para Vedoin trabalhar com esse tipo de recurso. No depoimento Vedoin disse que esse esquema foi tentado no governo do Piauí, onde teve teria tido contatos com o governador. – Ele teve contatos com a Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, e deixa clara a participação do município de Nova Iguaçu (RJ), que teve repasses extra-orçamentários no valor de R$ 18 milhões. De acordo com o levantamento da Controladoria Geral da União sobre a compra de ambulâncias, de um total de 3.043 convênios desde 2000, o poder Executivo firmou diretamente 38 convênios com a empresa Planam, acusada de chefiar um esquema de fraudes para desviar recursos públicos. Outros 891 convênios com a empresa, de 2000 e 2004, tiveram origem em emendas parlamentares. As informações foram resultado de um cruzamento feito em parceria com o Ministério da Saúde, que recolheu em todos os estados do país as prestações de contas dos convênios já executados e que envolviam ambulâncias. A partir daí, os auditores cruzaram dados para registrar as emendas parlamentares que originaram os recursos públicos. Com isso foi possível indicar prefeituras, deputados, senadores e ex-parlamentares suspeitos de envolvimento com as fraudes. AGÊNCIA BRASIL