| 02/08/2006 16h37min
Luiz Antônio Trevisan Vedoim, sócio da Planam, será ouvido pela CPI dos Sanguessugas amanhã na Polícia Federal em Brasília. Caso ele não compareça novamente, como fez hoje, poderá ter a prisão decretada. O presidente da CPMI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que o juiz responsável pelo caso no Mato Grosso, Jefferson Schneider, já comunicou Vedoim da obrigação de seu depoimento amanhã.
– Ele pode deixar de vir amanhã? Eu creio que ele virá, mas evidente que pode. A liberdade provisória que foi concedida está condicionada a ele cumprir determinação do juiz. O juiz vai tomar as providências para adverti-lo de que, caso ele outra vez repita o procedimento (de não comparecer), poderá ter decretada a sua prisão – disse Biscaia.
O deputado explicou que a justificativa dada por Vedoim para faltar o depoimento seria o medo de se expor.
– A justificativa que deram é que ele está se sentindo, de alguma forma, amedrontado, e não queria vir a Brasília. Mas isso não depende da vontade dele. Ele é alguém que está em liberdade condicional e o juiz pode, a qualquer momento, restabelecer a prisão – acrescentou.
Segundo o deputado Arnaldo Faria de Sá, a ausência de Vedoim no depoimento de hoje se deve a uma manobra do Congresso para evitar que as denúncias cheguem ao Executivo.
– A convocação teria de ser feita na semana passada, para que ele pudesse depor ontem ou hoje, dia de Congresso cheio. Agora, com a convocação tendo sido só ontem, o depoimento será feito amanhã, dia de Congresso vazio. Por que isso? Porque o Luiz Vedoim vai denunciar muita gente do Executivo e estão tentando mascarar. O governo tem interesse em mascarar. É um jogo sujo, sórdido. Tem sanguessuga dentro da CPI dos Sanguessugas – disse.
Biscaia disse que as investigações vão abranger todos os lados, inclusive Executivo ou até governos dos estados. Segundo Biscaia, a entrega do relatório no próximo dia 10 será referente aos parlamentares acusados de envolvimento no esquema de fraude, depois, a CPI entra numa segunda fase, de investigação do Executivo.
AGÊNCIA BRASIL