Depois de um comboio que saiu nesta terça-feira do Vale do Bekaa, Líbano, com 212 brasileiros, mais um vai deixar nesta semana a região, que fica no leste do país e tem sido intensamente atacada pela artilharia israelense. O Itamaraty informou que novo resgate está programado para sexta-feira, a fim de levar moradores do Bekaa até Adana, na Turquia, onde embarcarão num avião da Força Aérea Brasileira.

O comboio que saiu hoje teve de deixar o Líbano pela saída norte porque a saída leste, usada anteriormente, foi bombardeada no domingo. O coordenador do grupo de apoio aos brasileiros, embaixador Everton Vargas, disse ter sido informado hoje que a estrada de acesso à fronteira leste tem buracos de até sete metros de diâmetro e não há previsão de conserto. Assim, o próximo seguirá pela mesma rota.

Toda a dificuldade de fazer o transporte por via terrestre e a necessidade de muitos vôos para transportar o grande número de brasileiros residentes no Líbano levantou uma questão: por que não usar um grande navio, com capacidade para milhares de passageiros, como fizeram os Estados Unidos? O embaixador respondeu que o Itamaraty não cogita esta possibilidade.

– Os custos são muito maiores e, além disso, a saída do navio do porto pode demorar muito tempo, porque depende de autorização. Até agora, tivemos um êxito total em retirar as pessoas de ônibus, por isso preferimos manter esta opção. Já conhecemos as companhias e os motoristas. Eles já conhecem as estradas e o local para onde devem se dirigir – afirmou.

Vargas mencionou que o navio canadense que retirou brasileiros do Líbano no dia 23 de julho demorou seis horas para sair do porto. Somando-se ao tempo da viagem, chegou à Turquia depois de 14 horas. Esse é o mesmo tempo que em geral dura a viagem de ônibus do Vale do Bekaa para Adana, na Turquia.

Nesta quarta-feira, mais um comboio, com 240 brasileiros, sairá de Beirute em direção a Adana.