| 01/08/2006 16h58min
Três advogados do Marrocos entraram hoje com uma ação por "crimes de guerra no Líbano" contra o ministro de Defesa de Israel, Amir Peretz, que nasceu no Marrocos.
Durante uma entrevista coletiva, os advogados Abderrahim Jamai, Khalid Sefiani e Abderramán Benameur disseram ter entrado com uma ação junto ao tribunal penal de Rabat contra "Amir Peretz, nascido em 9 de setembro de 1952 em Bejaad", cidade situada a 220 km ao sudeste de Rabat. O ministro israelense, a quem descreveram como um "terrorista e um criminoso sionista", "conservou a nacionalidade marroquina e ainda está inscrito no registro civil do Marrocos". Segundo os advogados, conhecidos por militarem em favor dos direitos humanos, as leis do Marrocos "autorizam todas as investigações e trâmites judiciais contra qualquer marroquino que tenha cometido um delito, seja no interior do Marrocos ou no exterior". "Do ponto de vista jurídico, temos direito a apresentar denúncia contra este criminoso de guerra", afirmou Abderrahim Jamai. O advogado afirmou que as "declarações políticas e as instruções" dadas por Peretz a seu Exército "contribuíram com os assassinatos coletivos cometidos no Líbano contra civis inocentes e desarmados". A ação acusa também o presidente dos Estados Unidos, George Bush, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, de "cumplicidade", por "apoiarem Israel". Os três advogados marroquinos pediram à Justiça de seu país que "assuma suas responsabilidades", e à promotoria do tribunal que “dite, em colaboração com a Interpol, uma ordem de detenção internacional" contra Amir Peretz. Advogados marroquinos consultados asseguraram que as leis do país permitem ações como a apresentada hoje contra o ministro da Defesa de Israel. No entanto, expressaram seu ceticismo sobre a possibilidade que a denúncia possa ter efeito prático, citando o caso de denúncias similares apresentadas contra políticos marroquinos, que nunca prosperaram. AGÊNCIA EFE