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 | 27/07/2006 20h41min

Cruz Vermelha diz que ajuda não pode esperar corredor de segurança

Porta-voz diz que entidade tem feito possível para auxiliar civis afetados

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) insiste na criação de corredores de segurança para que a ajuda humanitária possa entrar no Líbano. A Cruz Vermelha não concorda com essa condição e afirma que, apesar dos incessantes ataques de Israel, seus voluntários têm feito o possível para levar itens emergenciais aos civis afetados pela guerra.

– A organização continua operando, mesmo sob condições extremamente difíceis – disse João Paulo Charleaux, porta-voz no Brasil do Comitê Internacional, braço da Cruz Vermelha para conflitos armados.

– A discussão sobre corredores não deve obscurecer a discussão sobre a necessidade do respeito aos civis e das missões médicas em quaisquer circunstâncias – acrescentou.

O porta-voz listou três ocorrências recentes em que ações israelenses prejudicaram o serviço humanitário: ataque a um comboio médico dos Emirados Árabes Unidos na fronteira entre Israel e Líbano; destruição de uma ponte, com danos em cinco ambulâncias e ferimentos nas pessoas que trabalhavam nelas, no sul do Líbano; e ocupação de um prédio do Crescente Vermelho que abriga um centro de reabilitação para crianças na Cisjordânia.

– Fala-se muito do Líbano, mas a situação dos palestinos não é melhor – avalia Charleaux, referindo-se ao último exemplo.

Segundo ele, tanto a Cruz Vermelha quanto o Crescente Vermelho estão protegidos pelo Direito Internacional. Ele conta que a Cruz Vermelha mantém contato com os governos israelense, libanês e de outros países, além do Hezbollah, para tentar viabilizar uma ajuda humanitária mais segura. Embora alegue que os diálogos são feitos “em nível confidencial”, Charleaux não esconde que não têm servido para muita coisa, diante dos incidentes relatados:

Apesar das dificuldades, Charleaux considera um primeiro passo o fato de a Cruz Vermelha ter feito entrar no Líbano dois caminhões com 24 toneladas cada, levando alimentos e produtos para higiene que, segundo ele, beneficiaram 8 mil pessoas.

– No início da próxima semana, sai um navio de Chipre para o Líbano.

De acordo com o porta-voz, a organização tem 2,4 mil voluntários, 400 ambulâncias e 50 centros clínicos no Líbano.

AGÊNCIA BRASIL

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