| 24/07/2006 21h45min
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu hoje ao Conselho de Segurança que o mandato da missão postada nesta região seja prorrogado por mais um mês enquanto não houver uma decisão sobre a atuação diante do conflito no sul do Líbano. É o que consta no último relatório sobre a força provisória situada no sul do Líbano (Unifil, sigla em inglês), cujo objetivo era a manutenção da paz na fronteira com Israel e que deve ter sua ação reavaliada depois dos últimos acontecimentos.
– As hostilidades entre o Hezbollah e Israel desde o dia 12 de julho alteraram radicalmente o contexto no qual a Unifil realiza suas operações – afirmou Annan, para quem as circunstâncias atuais não permitem uma força de manutenção da paz. No relatório, Annan quetiona como a Força pode cumprir o mandato que o Conselho de Segurança lhe conferiu em 1978 numa situação em que sofre restrições para as atividades essenciais. O secretário-geral da ONU reconhece que nos últimos anos a Unifil cumpriu sua missão satisfatoriamente, pois velou pelo cessar-fogo, evitou a escalada da violência e levou ajuda humanitária à população local na região de operações. – No entanto, agora com tiroteios constantes na Linha Azul, onde estradas, pontes e outras obras essenciais de infra-estrutura foram destruídas e a liberdade de circulação é prejudicada, a Unifil não pode retomar sua incumbência – afirmou. Depois do final do mandato da Unifil em 31 de julho, e mesmo depois de o governo libanês ter pedido a renovação por mais seis meses, Annan optou por pedir ao Conselho de Segurança que se estenda por apenas um mês. Nos últimos dias, o secretário-geral tem se mostrado a favor de que a Unifil seja substituída por uma força multinacional de estabilização, devido à gravidade do conflito entre Israel e o Hisbolá. Em 30 de junho, a Unifil era integrada por 1.990 soldados, procedentes da China, da França, de Gana, da Índia, da Itália e da Polônia. Independente da decisão do Conselho sobre o futuro da missão, Annan advertiu publicamente em seu relatório sobre a "grave insuficiência" financeira que a Unifil atravessa, uma vez que os países-membro devem US$ 71 milhões em contas que não foram pagas. AGÊNCIA EFE