O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), divulgou nesta quinta-feira um levantamento feito por ele sobre as denúncias de pagamento de propina da máfia das ambulâncias a parlamentares supostamente envolvidos no esquema.

Segundo Jungmann, o empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como líder do esquema, deixou claro em seu depoimento à Justiça que repassou dinheiro a pelo menos 94 congressistas, em troca de emendas parlamentares. Vedoin teria dito que 40 parlamentares receberam em dinheiro vivo, 34 através de depósitos na conta de assessores, 10 em sua própria conta corrente, cinco na conta de parentes (sendo três esposas) e outros cinco receberam outros benefícios.

Jungmann revelou que há o caso de um parlamentar que recebeu um BMW da quadrilha. Outro teria sido presenteado com uma viagem, e um terceiro, com um imóvel (um flat). Segundo o vice-presidente da CPI, Vedoin só não entregou provas à Justiça contra os que receberam dinheiro vivo, ou seja, existiriam documentos incriminando pelo menos 54 parlamentares por recebimento de propina.

Não é possível precisar se estes 54 estão entre os 57 que são alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) porque o pedido de abertura destes inquéritos foi feito antes do depoimento do empresário, a maioria deles com base em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal.

Jungmann defendeu que todos os parlamentares denunciados por Vedoin sejam notificados e tenham os seus nomes revelados. Segundo ele, outros 11 também teriam recebido algum benefício financeiro, mas Vedoin não deixou claro quais foram.

AGÊNCIA O GLOBO